OMS divulga plano de 10 anos para acabar com doenças tropicais negligenciadas [1]
A Organização Mundial da Saúde, OMS, divulgou um plano de 10 anos para acabar com o sofrimento imposto pelas chamadas doenças tropicais negligenciadas.
O Plano “Acabando com a Negligência para Alcançar os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável” (em inglês [4] e espanhol [5]) visa acelerar ações e programas até 2030. Entre eles, a redução dos custos dos cuidados de saúde e melhorias na eficiência do tratamento.
Resultados concretos
O diretor-geral da OMS, Tedros Ghebreyesus, afirmou que para acabar com o flagelo das doenças tropicais negligenciadas, é preciso mudar com urgência a abordagem atual e injetar nova energia na prevenção e tratamento.
O plano coloca as pessoas em primeiro lugar e tem uma abordagem transversal e multissetorial. O Centro do Controle desses tipos de doenças, na OMS, afirma que os programas de combate precisam almejar resultados concretos e serem financiados pelos respectivos países.
O projeto é resultado de um processo de consultas com países-membros da OMS, parceiros da agência, comunidade científica e acadêmicos. O objetivo é avaliar e ajustar o programa para as demandas da próxima década. Um outro aspecto é fomentar mais apoio e cooperação de governos nacionais e locais e também de comunidades.
Objetivos
Até 2030, o plano quer:
-
Reduzir em até 90% o número de pessoas precisando de tratamento para as doenças tropicais negligenciadas.
-
Pelo menos 100 países deverão ter eliminado ao menos uma doença deste tipo.
-
Erradicar duas doenças (dracunliasis e a bouba, que afeta a pele e os ossos).
-
Reduzir em 75% a deficiência ajustada pelos anos de vida relacionada a doenças tropicais negligenciadas.
Além disso, o plano da OMS quer rastrear 10 metas interligadas e metas específicas que incluam a diminuição em mais de 75% do número de mortes por doenças transmitidas por vetores como dengue, leishmaniose e outras.
Consequências
A meta é promover total acesso à água limpa, saneamento e higiene em áreas consideradas endêmicas. A agência da ONU também quer dados separados por gênero, uma vez que as mulheres tendem a ser as maiores vítimas dessas doenças.
Atualmente, as doenças tropicais negligenciadas afetam mais de 1bilhão de pessoas no mundo. Na última década, alguns avanços resultaram na redução de riscos para 600 milhões de pessoas. E em 42 países, pelo menos uma doença deste tipo foi eliminada.
Essas enfermidades causam não somente sofrimentos e deficiências, mas também criam consequências duradouras de saúde e socioeconômicas para indivíduos e sociedades.
Elas impedem as crianças de frequentarem as escolas, os adultos de terem um trabalho e deixam comunidades inteiras num círculo vicioso de pobreza e desigualdade.