62º Conselho Diretivo da OPAS aprova novo plano estratégico para fortalecer a saúde nas América [1]
O 62º Conselho Diretor da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) se encerrou na quinta-feira (2/10), estabelecendo uma agenda ousada para enfrentar desafios de saúde nas Américas, com a aprovação do Plano Estratégico da OPAS 2026–2031 [4] e de resoluções-chave voltadas para ampliar o acesso a tecnologias de saúde de alto custo e alto preço, além de prevenir e controlar doenças não-transmissíveis (DNTs).
Durante quatro dias, ministros da saúde e delegados de alto nível dos Estados-Membros da OPAS participaram de intensas discussões, abordando 43 itens da pauta, revisando progressos e relatórios finais, e adotando nove resoluções.
“Desejo estender meus sinceros agradecimentos e profundo reconhecimento a todos vocês pelas contribuições individuais e coletivas no cumprimento das extensas tarefas desta semana”, disse o diretor da OPAS, Jarbas Barbosa, em suas palavras de encerramento. Ele enfatizou a importância da solidariedade e da ação conjunta, reforçando o mandato da OPAS de proteger a saúde dos povos das Américas.
Aprovação do Plano Estratégico 2026–2031
Um dos principais resultados da reunião foi a aprovação do Plano Estratégico da OPAS 2026–2031, que apresenta uma visão ousada e mensurável para acelerar o progresso rumo a sociedades mais saudáveis e resilientes. O plano é fruto de um extenso processo consultivo envolvendo Estados Membros e partes interessadas, e servirá como um roteiro para enfrentar serviços fragmentados, o aumento das doenças não-transmissíveis e ameaças emergentes à saúde.
“Este Plano Estratégico inclui uma análise abrangente do contexto atual, do impacto dos desafios de saúde sobre o bem-estar, das perspectivas e oportunidades para o futuro, e do papel da OPAS na aceleração do progresso”, afirmou o Jarbas Barbosa.
Principais resoluções aprovadas
Os delegados aprovaram nove resoluções, incluindo:
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Uma nova política para ampliar o acesso a tecnologias de saúde de alto custo e alto preço, destinada a promover a acessibilidade por meio de estruturas regulatórias mais robustas, maior uso de mecanismos regionais de aquisição e incentivo à inovação e produção regionais.
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O Plano de Ação para Prevenção e Controle de Doenças Não-Transmissíveis 2025–2030, que visa reduzir o impacto delas — doenças cardiovasculares, diabetes, câncer e doenças respiratórias crônicas — por meio de sistemas integrados de atenção primária à saúde centrados nas pessoas e na redução de fatores de risco.
Sessões técnicas e cooperação regional
O Conselho contou com várias sessões técnicas importantes, incluindo:
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O lançamento do relatório da Comissão de Saúde Regional Lancet Américas do Banco Mundial e da OPAS, intitulado Não Há Tempo a Perder, que alerta sobre graves consequências sanitárias e econômicas caso os países não fortaleçam seus sistemas de atenção primária à saúde. O relatório destaca que a resiliência deve ser um pilar fundamental da atenção primária à saúde na América Latina e no Caribe.
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Uma atualização sobre os avanços no uso dos Fundos Rotatórios Regionais da OPAS [5], apresentando inovações na produção regional de vacinas, a introdução de kits moleculares para o diagnóstico do câncer do colo do útero e o acesso ampliado a novas tecnologias de saúde.
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Uma sessão dedicada a acelerar a eliminação de doenças transmissíveis, na qual os países compartilharam boas práticas e a OPAS apresentou o guia “Melhores investimentos” para alcançar populações em situações de vulnerabilidade e ampliar intervenções custo-efetivas e de alto impacto. Durante a sessão, também foi reconhecido o Suriname por se tornar o primeiro país da bacia amazônica a eliminar a malária.
"Todos concordamos que, embora tenhamos avançado coletivamente, ainda há muito a ser feito para enfrentar os desafios persistentes", disse o Dr. Barbosa.
Em uma cerimônia especial, a OPAS apresentou uma escultura em homenagem aos trabalhadores de saúde das Américas por sua resiliência durante a pandemia de COVID-19, que ceifou mais de três milhões de vidas na região.
A psiquiatra peruana July Esther Caballero Peralta recebeu o Prêmio OPAS de Gestão e Liderança em Serviços de Saúde 2025 por seu trabalho na expansão dos serviços de saúde mental no Peru, especialmente para populações em situações de vulnerabilidade.
Ao encerrar a reunião, Jarbas Barbosa agradeceu aos delegados pelo compromisso, destacando o “rico processo consultivo” que moldou os resultados da semana. “Hoje, peço respeitosamente reafirmemos nossos valores pan-americanos de excelência, solidariedade, respeito e integridade”, concluiu, convocando a uma colaboração contínua para alcançar uma região das Américas mais saudável.