Opas/OMS participa de debates sobre Mais Médicos e recursos financeiros do SUS [1]
Nesta quinta-feira (2), segundo dia do XXXII Congresso Nacional de Secretarias Municipais de Saúde, a Representação da Organização Pan-Americana da Saúde/Organização Mundial da Saúde (Opas/OMS) no Brasil participou de oficinas e painéis de debate sobre diversos temas, entre eles o Programa Mais Médicos, recursos financeiros do Sistema Único de Saúde (SUS) e Laboratório de Inovação, entre outros.
O coordenador do Mais Médicos na Opas/OMS, Renato Tasca, apresentou a Plataforma de Conhecimentos do programa junto a Sandro Rodrigues Batista, da Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco). “Nós construímos uma ferramenta que possa ajudar não só a comunidade científica, mas também os gestores de saúde e a população. Nela, disponibilizamos de forma aberta os principais documentos e publicações científicas sobre o Mais Médicos”, afirmou Tasca.
Batista lembrou que as pesquisas disponibilizadas no portal servirão também para análises sobre o impacto do programa no país e de exemplos para outras nações. “Vários países tem interesse no Mais Médicos. O problema de atenção básica não é só do SUS, do Brasil. Muita gente está olhando de perto o que estamos fazendo aqui.” A Plataforma de Conhecimentos é uma iniciativa conjunta da Opas/OMS, Rede de Pesquisa em Atenção Primária da Abrasco e Ministério da Saúde.
No período da tarde, Tasca também esteve presente no painel de debate “Mais Médicos: exposição dialogada”. No evento, foram apresentadas as fotografias feitas por Araquém de Alcântara, que retratam a atuação dos médicos do programa. “O Mais Médicos, a meu ver, é o maior programa do mundo, neste momento, para ampliar a cobertura universal de saúde. Temos 700 municípios que antes nunca tiveram um médico residente”, disse.
Erick Carvalho, analista técnico de políticas sociais do Ministério da Saúde, também participou do debate e afirmou que o governo considera o Mais Médicos como uma política pública de saúde bem-sucedida e ressalta o papel da cooperação internacional. “Qualquer política que tenha como fiadora uma instituição como a Opas/OMS já tem um grande respaldo.”
Recursos financeiros do SUS
Edgar Gallo, profissional internacional da Opas/OMS, participou da oficina “Gestão de Recursos Financeiros do SUS (Custos, Utilização e Prestação de Contas)”, suscitando o debate sobre gerenciamento de custos e tomadas de decisões na rede pública de saúde. “Toda organização tem a oportunidade de melhorar a sua eficácia, eficiência e desempenho. A tomada de decisões é o resultado da capacidade da organização para transformar seus dados em informação e análise de resultados”, afirmou.
Para o profissional, a organização dentro dos sistemas públicos de saúde deve ser vista como um conceito de economia. “Grupo social que, através da gestão de seus recursos, capital e trabalho, produz bens ou serviços destinados a satisfazer as necessidades de uma comunidade”.
Saúde dos jovens e adolescentes
Coordenada por Alejandra Carrillo, consultora da Opas/OMS, a roda de conversa “Saúde de Adolescentes e Jovens: Experiências de Sucesso do Laboratório de Inovação” contou com a participação de Maria Ignez Saito, professora da PUC de Minas Gerais. “O maior objetivo do Laboratório de Inovação é dar visibilidade a projetos exitosos, principalmente aqueles que podem ser aplicados no SUS”, explicou.
A docente lembrou que a formação de adolescentes e jovens é um investimento para o país. “É importante lembrar que a nação dependerá, a médio e longo prazo, da formação desses jovens com capacidade de liderança, de participação e de mudar a história, proposta que se sustentará com o acesso à saúde, à educação, ao emprego decente e outros bens e serviços que tornam possíveis a realização de seus sonhos e projetos de vida.”
Os projetos Multiplicadores da Vida, da Prefeitura de Campo Bom (RS), e MOVE, da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo, foram apresentados a gestores de saúde de várias regiões do Brasil. As iniciativas estão entre as oito selecionadas pelo Laboratório de Inovação focado em conhecer a realidade da atenção de saúde prestada a jovens e adolescentes no país.
Mostra Brasil Aqui tem SUS
Até esta sexta-feira (3), também acontece no Congresso a 13ª edição da “Mostra Brasil Aqui tem SUS”, um espaço de compartilhamento de ações bem-sucedidas desenvolvidas pelos municípios para o fortalecimento do SUS. A Opas/OMS participa da comissão julgadora dos trabalhos e lançará nova edição da publicação “SUS que dá certo” com artigos sobre os 19 trabalhos vencedores. O objetivo é sistematizar as experiências exitosas dentro do sistema público de saúde.
Há cerca de 300 trabalhos inscritos dos 26 estados brasileiros e do Distrito Federal. No último dia do evento, 4 de junho, acontecerá a premiação.