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Publicado em: 12/08/2019

Américas registram 2,9 mil casos de sarampo neste ano

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Rafaela de Oliveira

O sarampo é uma infecção grave e altamente contagiosa causada por um vírus. A prevenção pode ser feita por uma vacina segura e eficaz, cujas doses devem ser administradas conforme o calendário nacional de vacinação de cada país. A região das Américas confirmou 2.927 casos da doença neste ano. Os dados são da mais recente atualização epidemiológica da Organização Pan-Americana da Saúde, Opas, com dados fechados na última quarta-feira, 7 de agosto (documento disponível em espanholinglês). No mês de julho, 14 países tiveram casos indentificados. A maior proporção foi registrada nos Estados Unidos (1.172), seguida do Brasil (1.045) e da Venezuela (417). A Organização recomenda vacinação de viajantes internacionais.

Incidência

As demais ocorrências foram reportadas na Argentina (5), Bahamas (1), Canadá (82), Chile (4), Colômbia (175), Costa Rica (10), Cuba (1), Curaçao (1), México (3), Peru (2) e Uruguai (9). A incidência atual do sarampo é 70% maior do que a registrada em 18 de junho passado, data em que a atualização epidemiológica anterior foi publicada.

Viajantes Internacionais

Além disso, a agência também recomenda que os países orientem todos os viajantes internacionais, com idade a partir de 6 meses que não se vacinaram ou não possam comprovar a vacinação, a receberem as vacinas contra sarampo e rubéola. Elas devem ser administradas pelo menos duas semanas antes da viagem para as áreas com transmissão de sarampo. O organismo internacional ressalta ainda a importância da prevenção para populações em risco, como profissionais de saúde, pessoas que trabalham nas áreas de turismo e transporte, assim como identificar fluxos migratórios do exterior e fluxos internos.

Durante surtos, é necessário estabelecer o manejo correto de casos para evitar a transmissão dentro de serviços de saúde, com um fluxo adequado de pacientes para salas de isolamento, evitando o contato com outros pacientes em salas de espera e/ou locais de internação.

Brasil

Na terça-feira, dia 6 de agosto, o Ministério da Saúde do Brasil fez um alerta aos responsáveis que vão viajar com crianças de seis meses a menores de um ano de idade para municípios em situação de surto ativo do sarampo no país. Além de proteger, a medida de segurança pretende interromper a cadeia de transmissão do vírus do sarampo no país. Atualmente, 43 cidades em três estados brasileiros, São Paulo, Rio de Janeiro e Bahia, se mantém com surto ativo, ou seja, com crescimento do número de casos confirmados da doença.

No Brasil, o esquema vacinal funciona da seguinte forma: crianças de 12 meses a menores de cinco anos de idade recebem uma dose da vacina aos 12 meses, a tríplice viral, e outra aos 15 meses de idade, a tetra viral. Em casos de surtos, recomenda-se a aplicação de uma dose em crianças de 6 até 11 meses. Já pessoas de cinco a 29 anos de idade que perderam a oportunidade de serem vacinadas anteriormente recebem duas doses da vacina tríplice viral. Já adultos de 30 a 49 anos, apenas uma dose da vacina tríplice viral. 

Quem comprovar a vacinação contra o sarampo, tríplice viral, dupla viral ou tetraviral, conforme preconizado para sua faixa etária, não precisa receber a vacina novamente. No ato, é importante levar o próprio cartão de vacinação e o das filhas ou filhos. Assim, os profissionais de saúde poderão ver se serão necessárias outras vacinas. Se a pessoa não tiver o cartão de vacinação, as vacinas também estarão disponíveis para ela. Mas é importante que se lembre de guardá-lo da próxima vez.

Mundo

Em 2018, quase 350 mil casos de sarampo foram registrados no mundo, mais do que o dobro do notificado em 2017. Globalmente, desde 2010, a cobertura de vacinação com três doses contra difteria, tétano e coqueluche, DTP3, e uma dose contra sarampo estagnou em torno de 86%. Embora alto, o número não é suficiente. 

Controle

Para controlar a propagação dessa doença, a Opas recomenda aos países das Américas que mantenham a cobertura vacinal da população-alvo em ao menos 95%. Outras recomendações incluem a manutenção de ações de vigilância epidemiológica, a prestação dos serviços de saúde e a comunicação efetiva nesse e em outros setores incluindo na comunidade. O objetivo é aumentar a imunidade da população e detectar e responder rapidamente a casos suspeitos de sarampo.

A doença

O vírus do sarampo é espalhado por tosse e espirros, contato pessoal próximo ou direto com secreções nasais ou da garganta. Entre os sintomas estão erupção cutânea, que é a vermelhidão na pele, febre, nariz escorrendo, olhos vermelhos e tosse. Dentre as complicações mais graves estão cegueira, encefalite, diarreia grave, infecções no ouvido ou infecções respiratórias graves, como pneumonia. Pessoas com sinais de sarampo devem ser levadas para um centro de saúde imediatamente.

O Measles morbillivirus permanece ativo e contagioso, no ar ou em superfícies infectadas, por até duas horas e pode ser transmitido por uma pessoa infectada a partir de quatro a seis dias antes e quatro dias depois do aparecimento de erupções cutâneas. Às vezes, leve inchaço e vermelhidão podem ocorrer no local da injeção. Isso não deve ser motivo de preocupação e, normalmente, desaparece com compressas mornas e paracetamol.

Fotos/Ilustrações: 

UNICEF