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Publicado em: 13/12/2019

Entre progressos e retrocessos, países da CPLP se distanciam nas posições do Índice de Desenvolvimento Humano

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Rafaela de Oliveira

O Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), que integra o Relatório de Desenvolvimento Humano, é produzido pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD). Este Índice combina rendimento dos países, expectativa de vida e educação. Lançado no último nove de dezembro, o documento analisou 189 países, desta vez com ênfase nas desigualdades. Para Achim Steiner, administrador da entidade, motivações diversas estão fazendo as pessoas protestarem, sejam elas: aumento do preço da gasolina, maior custo da passagem de transporte público ou busca por liberdade política. “Essa é a nova face da desigualdade”, conclui. 

O relatório revela que a distribuição desigual em educação, saúde e padrão de vida freou o progresso de vários países: 20% dos avanços feitos nos últimos anos se perderam em 2018. Na expectativa de vida, por exemplo, 17% das crianças nascidas no ano 2000 em países de baixo desenvolvimento vão morrer antes dos 20 anos contra apenas 1% nos países desenvolvidos. Apesar do progresso sem precedentes contra pobreza, fome e doenças, muitas nações precisam solucionar graves problemas. Há, ainda, uma nova geração de desigualdades, em torno da educação, tecnologia e mudanças climáticas.

Pela primeira vez, um Índice de Normas Sociais foi incluído no levantamento. Com isso,  comprovou-se que em pelo menos metade dos países avaliados, o preconceito de gênero cresceu nos últimos anos. Cerca de 50% das pessoas em 77 países pensam que os homens são melhores líderes políticos do que as mulheres e mais de 40% considera que os homens são melhores na área dos negócios.

Segundo os dados, Portugal é o único lusófono no grupo de países de desenvolvimento muito alto. O país europeu manteve-se na posição 40. O Brasil, por sua vez, é considerado de desenvolvimento alto, mas caiu de 78 para 79. Já Angola, que integra com Cabo Verde, Timor-Leste, São Tomé e Príncipe e Guiné Equatorial o conjunto de países de desenvolvimento humano médio, foi aquele que mais caiu na avaliação, passando da posição 147 para a 149. A Guiné Equatorial também desceu da posição 143 para a 144.

Ao contrário desses países africanos membros da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP), Cabo Verde subiu do lugar 128 para o 126. Além dele, São Tomé e Príncipe passou do 138 para 137 e Timor-Leste manteve-se no lugar 131.

Guiné-Bissau e Moçambique mantiveram-se nos últimos lugares da lista dos países com baixo desenvolvimento humano. O primeiro foi de 177 para a 178 e Moçambique permaneceu em 180, sendo o 9º pior país do índice. A Noruega, que lidera o índice, teve em 2018 uma pontuação de 0,954, enquanto o Níger, que ocupa a última posição, teve apenas 0,377 pontos. Confira o documento aqui.

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