OMS: Câncer cervical pode ser primeiro tipo cancerígeno a ser eliminado
Janeiro é o mês de conscientização sobre o câncer cervical, uma condição “altamente evitável e que pode ser tratada”, como declarou o diretor-geral da Organização Mundial da Saúde, OMS.
Em sua conta no Twitter, Tedros Ghebreyesus afirmou que este pode ser o “primeiro tipo de câncer a ser eliminado”. Por isso, a OMS está pedindo a todos os países para aumentarem o acesso à vacina contra o HPV, que “pode salvar vidas”, aos exames de triagem e aos cuidados paliativos.
Vacina é essencial
A agência da ONU explica ser possível acabar com o câncer cervical se 90% das meninas e das jovens de todo o mundo forem vacinadas, se 70% das mulheres fizerem exames e se 90% das mulheres com alguma doença cervical receberem tratamento.
A Agência Internacional para Pesquisa sobre o Câncer, Iarc, que faz parte da OMS, está aproveitando o mês de conscientização para destacar três projetos de pesquisa que comprovam os impactos da instituição no combate ao câncer cervical.
Os trabalhos focam na vacinação contra tipos de papilomavírus de alto risco, sendo que o HPV é o agente causador da maior parte dos casos de câncer cervical. Os estudos realçam ainda o tratamento de lesões pré-cancerígenas e a melhoria da cobertura dos exames para identificar casos da doença em populações em risco.
Mais de 300 mil mortes
Em 2020, mais de 600 mil mulheres foram diagnosticadas com câncer cervical no mundo, sendo que a doença matou 342 mil pacientes. Segundo a Iarc, altas taxas de incidência e de mortalidade são mais comuns em países de rendas baixa ou média.
A atuação conjunta com a OMS pretende acabar com o câncer cervical como um problema de saúde pública, por meio da Estratégia Global para Acelerar a Eliminação do Câncer Cervical.
A agência explica que para se eliminar a condição, todos os países precisam alcançar e manter uma incidência de menos de quatro novos casos de câncer cervical por 100 mil mulheres por ano.
A meta seria alcançada com a vacinação contra o HPV para 90% das meninas de até 15 anos de idade e com o tratamento de 90% das mulheres com lesões pré-cancerígenas. No caso dos testes, a meta é examinar 70% das mulheres aos 35 anos e novamente quando tiverem 45 anos.