Webinário discute os efeitos nefastos das emergências climáticas sobre a saúde e propõe estratégias para o enfrentamento do problema
Ondas de calor extremo, inundações, secas e tempestades. Essas são algumas das terríveis consequências atribuídas ao aumento da concentração de gases de efeito estufa, especialmente o dióxido de carbono (CO2), na atmosfera. As emegências climáticas, que causam impactos significativos na saúde humana, estão se tornando cada vez mais frequentes. Elas estão diretamente relacionadas ao desmatamento, à queima de combustíveis fósseis e a muitas outras atividades humanas e resultam em mortes, lesões físicas de várias intensidades e estresse psicológico para as populações, além de agravar problemas de saúde dos grupos mais vulneráveis. Tudo isso, acaba por sobrecarregar direta e indiretamente os sistemas nacionais de saúde, tornando-os ainda mais precários. Existem soluções para esse problema? Ainda temos tempo para agir de forma a evitar o colapso total do planeta? Venha discutir conosco essas questões e ver o que podemos fazer para tentar fortalecer e preparar os sistemas de saúde para essas novas demandas e, mais do que isso, lutar pelo estabelecimento de políticas públicas que, de fato, visem à redução do aquecimento global.
As vésperas da 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (Conferência das Partes – COP30), que acontecerá em novembro no Brasil, a Rede Ibero-Americana de Educação de Técnicos em Saúde (RIETS) escolheu o tema para o evento de abertura de sua 2a Reunião Ordinária. O seminário 'Emergências Clmáticas e seus impactos à saúde global, aos sistemas nacionais de saúde e à formação de técnicos' ocorrerá no dia 9 de outubro, às 9h30, no Auditório Joaquim Alberto Cardoso de Melo, da Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio (EPSJV/Fiocruz) com transmissão direta pelo canal de YouTube da RETS, em português e espanhol, com debate aberto ao público (ver ano final da matéria).
O evento terá como palestrantes os especialistas e pesquisadores no tema Alexandre Pessoa Dias, da Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio (EPSJV/Fiocruz), e Renata Gracie, do Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica (ICICT/Fiocruz).
Sobre nossos convidados
Renata é graduada em Geografia e doutora em Saúde Coletiva pelo Instituto de Estudos em Saúde Coletiva pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e é coordenadora do Laboratório de Informações em Saúde do ICICT. Atua na pesquisa e ensino de Geografia da Saúde com ênfase em vigilância em saúde, desigualdades socioespaciais, saneamento e saúde, mudanças climáticas, indicadores de saúde e de interesse a saúde a partir do uso de técnicas de geoprocessamento, análise espacial.
Alexandre é engenheiro civil e doutor em Medicina Tropical pelo Instituto Oswaldo Cruz/Fiocruz. Especialista em Saneamento e Controle Ambiental pela Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca (ENSP/Fiocruz), Atua como professor-pesquisador no Laboratório de Educação Profissional em Vigilância em Saúde e no Programa de Pós-Graduação em Educação Profissional em Saúde da EPSJV da EPSJV. Além disso, representa a Escola em diversos espaços institucionais da Fiocruz que discutem temas como saneamento rural, vigilância em saúde, agroecologia, educação popular em saúde, doenças relacionadas ao saneamento ambiental inadequado (DRSAI), tecnologias sociais, insegurança hídrica e direitos humanos à água e ao saneamento.
Os principais impactos que as emergências climáticas causam à saúde das populações
Segundo o MInistério da Saúde do Brasil, alguns exemplos significativos dos impactos que as emergências climáticas causam à saúde das populações e que resultam em grande aumento de demanda para os sistemas são:
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Doenças relacionadas ao calor: número de casos de desidratação, insolação e agravamento de doenças cardiovasculares.
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Doenças respiratórias: a poluição do ar, exacerbada por eventos climáticos como incêndios florestais, pode agravar condições respiratórias como asma e bronquite.
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Doenças transmitidas por vetores: mudanças climáticas podem expandir as áreas de distribuição de vetores como mosquitos, aumentando a incidência de doenças como chikungunya, dengue, zika e malária.
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Segurança alimentar e nutricional: secas e inundações podem afetar a produção agrícola, levando a escassez de alimentos e má nutrição.
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Transtornos de saúde mental: a exposição às mudanças climáticas, sejam os eventos extremos ou as alterações graduais, pode expor ou exacerbar sofrimentos mentais e psicossociais.
Iniquidades e vulnerabilidades ampliam os problemas
A questão é ainda mais grave quando consideramos as iniquidades do acesso à saúde e as vulnerabilidades dos diferentes grupos populacionais. As populações mais vulneráveis – crianças, idosos, gestantes, pessoas com deficiência e pessoas com doenças crônicas – bem como as populações vulnerabilizadas – comunidades de baixa renda, populações racializadas (negros, indígenas, povos e comunidades tradicionais), periféricas, migrantes, mulheres, dentre outras – são afetadas e sofrem mais os impactos das mudanças climáticas. Um outro grupo que requer atenção é o dos trabalhadores expostos, ou seja, aqueles que trabalham em ambiente externo, em áreas urbanas ou rurais, também estão mais expostas às ondas de calor e eventos extremos se não houver ações de proteção e segurança, principalmente para vínculos de trabalho precários.
As mudanças climáticas tendem a exacerbar as desigualdades existentes, uma vez que as populações mais vulneráveis ou vulnerabilizadas têm menos recursos para se adaptar e responder a esses eventos.
Serviço:
Webinário Internacional “Emergências Clmáticas e seus impactos à saúde global, aos sistemas nacionais de saúde e à formação de técnicos”
Local: Auditório Joaquim Alberto Cardoso de Melo (EPSJV/Fiocruz), com transmissão pelo YouTube da RETS.
Data: 9 de outubro de 2025
Horário: 9h30 (horário de Brasília)
Links para a transmissão:
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em português: https://youtube.com/live/BlmhwUoi0h4?feature=share
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em espanhol: https://youtube.com/live/vCgml0-20dE?feature=share