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Publicado em: 24/05/2016

Brasil afirma que investigará outras possíveis consequências do vírus zika em bebês

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Opas/OMS

Durante a 69ª Assembleia Mundial de Saúde, que ocorre até 28 de maio em Genebra, Suíça, o Ministro da Saúde do Brasil, Ricardo Barros, anunciou que possíveis danos no desenvolvimento das crianças cujas mães foram infectadas pelo vírus zika serão investigados. “Oferecemos atenção integral às crianças que nasceram com microcefalia e acompanharemos todos os bebês cujas mães apresentaram sintomas de infecção por zika durante a gestação, mesmo aqueles que não têm microcefalia, para detectar, deste modo, outras complicações neurológicas na visão e audição”, afirmou o Ministro.

O Ministro também apresentou gráfico que destaca as baixas taxas de transmissão de dengue e outras doenças causadas pela picada do mosquito Aedes aegypti no Brasil durante agosto (inverno no sul das Américas), quando acontecerão os Jogos Olímpicos e Paralímpicos no Rio de Janeiro.

“Além disso, estamos tomando medidas específicas para o controle vetorial, o que me permite afirmar que os Jogos Olímpicos serão realizados de forma segura para toda a família olímpica e todos os visitantes. Esperamos recebê-los com grande entusiasmo no Rio de Janeiro”, frisou o Ministro.

Barros se reuniu nesta segunda-feira (23) com a Diretora da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), Carissa F. Etienne, e com a Diretora-Geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Margaret Chan. No encontro, discutiram ambas as questões.

Com relação ao monitoramento das crianças cujas mães apresentaram sintomas de zika, o próximo passo será definir as instituições que ficarão responsáveis por acompanhar os casos e identificar se o vírus pode estar relacionado a outras consequências no desenvolvimento até os cinco anos de idade. Neste contexto, o Brasil poderia contar com o apoio da Opas/OMS na implementação desse estudo.

“Reconhecemos o papel desempenhado pela Opas e pela OMS em ações conjuntas com o Brasil na resposta ao zika, uma emergência de saúde pública que já afeta 60 países e territórios e expõe 1,3 milhões de pessoas, 15% delas brasileiras. Nos próximos dias, teremos a oportunidade de discutir e continuar compartilhando informações sobre a resposta a essa emergência”, disse Barros.

O Ministro explicou que, no Brasil, foram implementadas ações como o fortalecimento da vigilância e o desenvolvimento de novas tecnologias para o controle de vetores. Ele ressaltou que outro pilar importante é a pesquisa e o desenvolvimento de novas vacinas contra o vírus zika.

Mais cedo, em um evento técnico chamado “Dengue: reafirmando o diálogo”, o especialista em vigilância Alexander Fonseca falou sobre a batalha que o Brasil trava contra o mosquito que transmite o vírus há décadas. Ele ressaltou que a água e o saneamento básico são um desafio para algumas áreas, tanto como a gestão de resíduos. Afirmou também que o país está realizando novas intervenções para melhorar o controle vetorial.