Isags realizará oficina sobre cooperação em saúde nas áreas de fronteira
Especialistas de órgãos internacionais e membros do Isags realizaram reunião preparatória, em agosto, para a oficina “Políticas de saúde de fronteira na Unasul". O evento ocorrerá nos dias 27, 28 e 29 de outubro, na sede do Instituto, no Rio de Janeiro, e tem como objetivo, por meio do compartilhamento de experiências, traçar um panorama internacional, sub-regional e intersetorial da saúde nas áreas de fronteira. A intenção é conhecer os mecanismos políticos, econômicos e sociais a nível nacional e local, para indicar os desafios e formular recomendações.
O debate está previsto no Plano Operativo Anual de 2015 do ISAGS e representa um grande avanço para a região sul-americana. De acordo com os apontamentos dos especialistas, atualmente as áreas fronteiriças do bloco sofrem com a falta de financiamento, de saneamento básico e de uma prestação de saúde de qualidade, além de outros problemas que assolam a região, como o tráfico de pessoas, de armas e drogas, a prostituição infantil e a disseminação de doenças transmissíveis nas populações indígenas.
Assim como a análise sobre a situação atual das fronteiras, foram definidos os objetivos e resultados esperados, os temas transversais para as apresentações sub-regionais e a programação preliminar da oficina. Na ocasião foi também acordado criar uma guia que servirá como um roteiro para os participantes, com informações sobre o local do evento e instruções sobre as apresentações.
ISAGS, ORAS-CONHU, MERCOSUL e OTCA
No primeiro dia (13) da reunião, o coordenador técnico do Isags, Henri Jouval, apresentou as propostas iniciais da oficina e ressaltou a importância de conhecer as experiências dos países na área de fronteira. Jouval afirmou que vai “ouvir o que cada região tem a dizer”. Durante o encontro, o consultor do Organismo Andino de Saúde (ORAS- CONHU), Luis Beingolea More, falou sobre a experiência andina nas fronteiras e apresentou as conquistas e o processo de desenvolvimento do Plano de Saúde Andino. Beingolea disse que espera que a iniciativa seja universalizada. “Achamos que deveríamos compartilhar os avanços obtidos no âmbito andino com os países da UNASUL […] para que não haja distinção de nacionalidade nas fronteiras sul-americanas”, disse.
Representando o MERCOSUL na reunião, a diretora geral de Relações Internacionais do Ministério de Saúde Pública e Bem Estar Social do Paraguai, Maria Antonieta Gamarra felicitou Beingolea pelo plano e disse que espera ver esse tipo de experiência no evento. “Eu, como participante da oficina, espero coisas como as que mostrei para vocês [Plano de Saúde Andino]. Eu quero ver algo como o que estou apresentando: passos para dar, como avançar, estratégias’’, e destacou que é necessário ter uma documentação de tudo o que vai ser discutido. “É preciso deixar um documento, mostrar o que deve ser feito e como ser feito”.
Também presente no evento, o coordenador de saúde da Organização do Tratado de Cooperação Amazônica (OTCA), Antonio Restrepo, destacou a iniciativa do debate do Isags e disse que é uma oportunidade para gerir programas de cooperação internacional de benefício para dois ou três países nos casos das fronteiras e unir as nações para que olhem em conjunto para os temas das suas fronteiras. Para ele, a participação da União Europeia será essencial nesse contexto. “Eles (UE) têm uma vastíssima experiência nessa área, e vão contar quais são as suas experiências, como fizeram para harmonizar as políticas nacionais e empregar planos transfronteiriços de saúde nas suas fronteiras”, pontuou.
Além dos organismos já citados, o evento terá as participações internacionais da União Europeia e da Organização Pan-Americana da Saúde (OPS), bem como de instituições sub-regionais, como a Comunidade do Caribe (CARICOM).
A reunião também contou com a presença da coordenadora de relações internacionais do Isags, Mariana Faria, e da consultora do Instituto, Suelen de Oliveira.