Líderes mundiais se reúnem em Davos para discutir um chamado para medidas audazes para o combate ao câncer
Líderes de todo o mundo discutiram a necessidade de uma ação corajosa, em resposta ao crescente impacto humano e econômico de câncer, durante o encontro anual do Fórum Econômico Mundial, que realizado nos dias 23 e 24, em Davos, na Suíça. O tema dominará duas sessões: 'O caminho para a cura do câncer - Quais são os progressos na prevenção e terapia de câncer?' e 'A Globalização de Doenças Não-transmissíveis'.
Franco Cavalli, presidente do Fórum Mundial de Oncologia (FMO - grupo dos principais médicos, cientistas, pesquisadores, políticos e representantes de diferentes indústrias, convocados e financiadas pela Escola Europeia de Oncologia, em colaboração com o periódico The Lancet) conduziu os debates para alcançar um acordo sobre ações que poderiam acelerar a descoberta de um tratamento ou o controle, em longo prazo, do câncer, e aumentar significativamente o acesso global, não só à prevenção, mas também à detecção precoce, ao tratamento e à cura.
Esta foi a primeira vez que o tema câncer foi abordado no Fórum Econômico Mundial. Segundo Cavalli, que desempenhou papel fundamental para que este problema fosse incluído na agenda do evento, “a cada ano, o câncer absorve aproximadamente US$ 2 bilhões da economia mundial, em termos de perda de produção e custos de tratamentos, o equivalente a cerca de 1,5% do PIB global”.
“A mensagem que levei a Davos diz respeito à necessidade urgente de trabalhar em conjunto para eliminar as barreiras que estão impedindo maior acesso às terapias eficazes contra o câncer. Precisamos encontrar novos modelos de parcerias público-privadas e mudar todo o ‘ecossistema‘ para desenvolver e avaliar novas terapias contra o câncer. É preciso acelerar o avanço e diminuir os custos. Precisamos também aproveitar as lições aprendidas com os impressionantes avanços na luta contra o câncer nos últimos anos, alcançados em países como Tailândia e Brasil, assim como podemos aprender com as realizações de iniciativas globais para outras doenças, como a Aliança Mundial para Vacinas e Imunização (Gavi) e o Fundo Global de Combate à Aids, Tuberculose e Malária”, afirmou o presidente do FMO.
De acordo com Cavalli, já existe consenso em grande parte da comunidade oncológica mundial sobre como mudar a situação. Essas propostas foram debatidas em detalhes durante o Fórum Mundial de Oncologia, em 2012 e 2014. No entanto, são necessárias ações conjuntas e sólidas em nível nacional e internacional.
“O Fórum Econômico Mundial, com sua ênfase em liderança e modelos de colaboração entre os setores público e privado para resolver os maiores desafios globais, é o lugar ideal para discutir esse problema, e espero que todas as partes envolvidas aproveitem esta oportunidade.”
Entre os participantes do Fórum Global de Oncologia que assinaram o documento estão o diretor-geral do INCA, Luiz Antonio Santini, Richard Schilsky, ex-presidente da Sociedade Americana de Oncologia Clínica; Martine Piccart, presidente do Congresso Europeu de Câncer; Mary Gospodarowicz, ex-presidente da União Internacional para o Controle do Câncer e diretora do Princess Margaret Cancer Centre, em Toronto; Paul Workman, chefe do Instituto de Pesquisa do Câncer, em Londres; Alberto Costa, diretor científico da Escola Europeia de Oncologia, em Milão; Lex Eggermont, chefe do Gustave Roussy Cancer Centre, em Paris; e Hiroshi Nakagama, diretor do Centro Nacional de Pesquisa sobre o Câncer do Japão.