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Publicado em: 05/12/2022

Oficina debaterá o papel dos técnicos do setor na geração e uso das informações e registros em saúde

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O quarto evento do Ciclo de Oficinas ‘A formação e o trabalho dos técnicos em saúde no mundo pós-Covid’ será realizada no dia 12 de dezembro (segunda-feira), das 10h às 12h , e terá como tema o papel dos técnicos e na geração e uso das informações e registros em saúde que compõem os sistemas informação em saúde de seus países. Com a mediação de Sebastián Tobar, assessor do Centro de Relações Internacionais em Saúde (Cris) da Fiocruz, e Carlos Eduardo Batistella, coordenador de Cooperação Internacional da Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venãncio (EPSJV/Fiocruz), a oficina reunirá Isabel Duré, Consultora em Políticas e Gestão de Recursos Humanos de Saúde da Opas/OMS; Alicia Madalena Ferreira Mais, da Escola de Ciências Econômicas e Administração da Universidade da República (FCEA/Udelar - Uruguai); e Bianca Borges Leandro, professora e pesquisadora da EPSJV. Participe, conheça mais sobre o tema e contribua para o enriquecimento do debate!

Ciclo de oficinas ‘A formação e o trabalho dos técnicos em saúde no mundo pós-Covid’

Oficina 4 - ‘Informação e registros em saúde: o papel dos técnicos’

Sobre o tema

Os sistemas de saúde são compostos por inúmeros componentes (centros de saúde, ambulatórios especializados, farmácia, hospital etc.), os quais realizam diversos tipos de ações (consultas médicas, vacinação, vigilância sanitária etc.) e que devem estar interligados e devem interagir adequadamente de forma a proporcionar uma atenção organizada, com práticas voltadas para o atendimento individual e coletivo nos diferentes níveis de atenção à saúde.

De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS) os Sistemas de Informação em Saúde (SIS) representam “um conjunto de componentes que atuam de forma integrada por meio de mecanismos de coleta, processamento, análise e transmissão da informação necessária e oportuna para implementar processos de decisões no Sistema de Saúde”. Nesse sentido, podemos considerar a informação como um redutor de incertezas, capaz de apontar prioridades e orientar o planejamento responsável e a execução de ações que condicionem a realidade às transformações necessárias. É importante, no entanto, destacar essas informações nunca são neutras. Elas refletem as concepções, os valores, os fundamentos, os pressupostos, a visão de mundo e, particularmente, a concepção de modelo de atenção à saúde adotado nos países.

O SIS deve ser concebido como produtor de conhecimentos e como descritor de uma realidade, tornando-se um instrumento fundamental para o processo de tomada de decisões, seja na dimensão técnica, seja na dimensão de políticas a serem formuladas e implementadas. É importante lembrar que os países com maior capacidade de informação apresentaram respostas mais eficientes durante a pandemia, e que no cenário pós-pandêmico, a Atenção Primária à Saúde tem sido considerada estratégica na resposta às demandas e necessidades ampliadas de saúde da população.

Os SIS, devem ser capazes de garantir a obtenção e a transformação de dados em informação e devem considerar a existência de profissionais envolvidos em processos de seleção, coleta – desde aquela realizada nos territórios até as recolhidas nos serviços de alta complexidade –, classificação, armazenamento, análise, divulgação e recuperação de dados, bem como as tecnologias disponíveis. É primordial, portanto, que os trabalhadores da saúde de todos os níveis compreendam o papel desses sistemas e sejam formados para contribuir na construção de instrumentos de coletas, para a captação correta dos dados e para o processamento da informação.

Vale destacar que, para além dos trabalhadores e gestores dos sistemas de saúde, as informações nos SIS serão utilizadas por: outros setores de governo diretamente ou indiretamente envolvidos com ações voltadas para melhorar a qualidade da vida da população (educação, meio ambiente, saneamento básico, ação social etc.), organizações populares e organizações não governamentais, partidos políticos e pela população em geral.

O objetivo desta oficina, é promover a discussão de alguns aspectos teóricos e práticos do tema das informações e registros em saúde, a partir das apresentações de nossos convidados. Nossa intenção é avaliar de que forma o trabalho dos técnicos em saúde está relacionado a esse tema e em que medida a formação desses trabalhadores tem contribuído para melhorar a relação desses trabalhadores com os SIS.

Nossas convidadas

  • Isabel Duré – Ex-Diretora de Capital Humano e Saúde Ocupacional na Argentina, atualmente trabalha como Consultora em Política e Gestão de Recursos Humanos para a Saúde na OPAS/OMS, trabalhando na Equipe Regional de Sistemas de Informação de Recursos Humanos em Saúde e no Campus Virtual em Saúde Pública.

  • ​Alicia Magdalena Ferreira Maia – Depois de se formar como técnica em Registros Médicos, pela Escola Universitária de Tecnologias Médicas da Universidade da República, do Uruguai, Alicia Ferreira Maia, entre outras coisas se formou em medicina, com mestrado em Políticas e Gestão de Serviços de Saúde, pela Universidade de Bolonha. Por 24 anos foi docente da Escolas de Tecnologias Medicas. Atualmente dá aulas sobre Sistemas de Informação para a Saúde no curso de pós-graduação de Gestão de Serviços de Saúde da Faculdade de Ciências Econômicas e Administração da Udelar.

  • Bianca Borges Leandro –Bianca iniciou sua vida profissional como técnica de nível médio em Gestão em Serviços de Saúde, pela EPSJV. Em seguida tirou o diploma de bacharel em seguida Saúde Coletiva pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e fez o mestrado em Vigilância em Saúde pela Escola Nacional de Saúde Pública da Fundação Oswaldo Cruz (ENSP/FIOCRUZ). Atualmente é professora e pesquisadora da Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio da Fundação Oswaldo Cruz, atuando no Laboratório de Educação Profissional em Informações e Registros em Saúde, do qual já foi coordenadora.

Algumas das questões que mobilizarão nosso debate

  • Qual o papel dos organismos internacionais na questão das informações e registros em saúde? Houve alguma mudança nos sistemas nacionais de informação em saúde por causa da a pandemia?

  • Em que medida a formação dos técnicos, especialmente daqueles que não são especificamente técnicos da área, considera esse tema? Qual o papel dos técnicos na produção de informações para os SIS? Como esse trabalho é percebido pelos técnicos?

  • Quais as maiores dificuldades encontradas para garantir a qualidade da informação? Como se dá a incorporação de instrumentos e recursos tecnológicos no processo de trabalho dos técnicos da APS? Existem iniciativas de formação digital para esses trabalhadores?

  • Em que medida os dados coletados pelos técnicos retornam como informações relevantes para sua atuação nos territórios?

  • Participam dos momentos de análise da informação para a tomada de decisão? Reconhecem os usos e a importância dos dados coletados para o financiamento e o planejamento da Atenção Primária à Saúde? Quais as informações realmente importantes no contexto de atuação na APS?

  • Como são tratadas as informações que não estão nos campos formais das fichas de informação?

Sobre o ciclo de oficinas

O ciclo de oficinas é uma iniciativa EPSJV/Fiocruz, em cooperação com a Rede Internacional de Educação de Técnicos em Saúde (RETS), a Rede Ibero-Americana de Educação de Técnicos em Saúde e a Rede de Escolas Técnicas de Saúde da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (RETS-CPLP).

O propósito dos eventos, que contam com o apoio do Programa Sub-regional da Opas/OMS para a América do Sul e do Centro de Relações Internacionais em Saúde da Fundação Oswaldo Cruz (Cris/Fiocruz), é criar um espaço privilegiado para intercâmbio, reflexão, aprendizado e formulação de propostas sobre as experiências concretas de como diferentes instituições de formação de técnicos em saúde enfrentam seus desafios e buscam aprimorar sua atuação. As oficinas são transmitidas via YouTube, em português e espanhol, pela VideoSaúde Distribuidora da Fiocruz.