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Publicado em: 04/02/2020

OMS: Dia Mundial de Combate ao Câncer traz medidas para salvar 7 milhões

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Se nada for feito para mudar, o mundo verá um aumento de 60% nos casos de câncer nas próximas duas décadas. O alerta foi feito pela Organização Mundial da Saúde no Dia Mundial de Combate ao Câncer (03/02). Cerca de 81% dos novos casos ocorrerão em países de rendas baixa e média, onde as taxas de sobrevivência são menores. Por isso, a OMS quer melhores serviços de saúde nesses países.

Igualdade

Segundo a agência, o aumento deve-se a recursos limitados que foram concentrados no combate a doenças infecciosas e na melhoria da saúde materno-infantil, deixando para segundo plano os serviços para prevenir, diagnosticar e tratar vários tipos de câncer.

No ano passado, mais de 90% dos países de alta renda tinham acesso a tratamento no sistema público de saúde. Já nas nações de renda baixa, esta taxa era de 15%.

Em nota, o diretor-geral assistente para cobertura universal de saúde da OMS, Ren Minghui, disse que "este é um alerta para todos.” Segundo ele, é necessário “combater as desigualdades inaceitáveis ​​entre os serviços de câncer nos países ricos e pobres." Se as pessoas têm acesso a sistemas de atendimento primário, a doença pode ser detectada precocemente, tratada com eficácia e, eventualmente, curada. Para a OMS, “o câncer não deve ser uma sentença de morte para ninguém, em nenhum lugar.”

Combate

O câncer e a segunda maior causa de morte no mundo. Somente em 2018, foram 9,6 milhões de óbitos.Este ano, a OMS e a Agência Internacional de Pesquisa sobre o Câncer, Iarc, divulgaram dois relatórios com recomendações sobre o tema.

Em nota, o diretor geral da OMS, Tedros Ghebreyesus, disse que “pelo menos 7 milhões de vidas podem ser salvas na próxima década.” Para isso, é preciso identificar a solução mais apropriada para cada país, focar na cobertura universal de saúde e incluir diferentes setores.

Nos relatórios, a OMS destaca uma variedade de iniciativas com eficácia comprovada, incluindo o controle do uso de tabaco, que é responsável por 25% das mortes por câncer.

O documento recomenda ainda a vacina contra a hepatite B para prevenir o câncer de fígado, a eliminação do câncer do colo do útero promovendo a vacinação contra o Papilomavírus Humano, melhores métodos de diagnóstico e tratamento e cuidados paliativos, incluindo alívio da dor.

Progresso

Em nota, a diretora da Iarc, Elisabete Weiderpass, destaca “enormes progressos” na prevenção e tratamento da doença nos últimos 50 anos.

Programas de prevenção, diagnóstico precoce e triagem em países de alta renda contribuíram para uma redução estimada de 20% na probabilidade de mortalidade prematura entre 2000 e 2015. Por outro lado, nas nações de baixa renda, a redução na mortalidade foi de apenas 5%.

Segundo a OMS, existem muitos tratamentos “eficazes e acessíveis, que trazem benefícios sem causar dificuldades financeiras.” A agência afirma que “o desafio para os países é escolher tratamentos considerando custo, viabilidade e eficácia.”

Fotos/Ilustrações: 

Jane Dempster/Opas