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Publicado em: 06/09/2019

Uso de contraceptivo hormonal não aumenta risco de infecção por HIV, diz OMS

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A Organização Mundial da Saúde (OMS) publicou orientações atualizadas sobre o uso de contraceptivos. As novas diretrizes levam em conta as confirmações de um estudo revelando que mulheres com um alto risco de contrair HIV podem usar qualquer forma de contracepção reversível. Entre esses métodos que, segundo a pesquisa, não representam um aumento do risco de infecção, estão injetáveis, implantes e os dispositivos intrauterinos de cobre, também conhecidos como DIUs. 

A diretriz da OMS enfatiza, no entanto, que o uso correto e consistente desses métodos contraceptivos não protege tanto do HIV como de outras infecções sexualmente transmissíveis. A agência também recomenda que seja fornecida a Profilaxia Pré-Exposição, conhecida como PrEP, em locais onde a incidência do vírus é superior a 3%, sempre que for apropriado. Essa medicação impede que o vírus infecte o organismo antes do contacto com a pessoa em risco.

A publicação é na sequência de uma revisão de recentes evidências científicas e destaca que as mulheres devem ter acesso a opções e métodos contraceptivos. De acordo com diretor executivo da OMS para Cobertura Universal de Saúde, Peter Salama, “as evidências mostram que o risco de uma mulher contrair HIV não deve restringir a escolha de contraceptivos”. Salama destaca que todas as mulheres devem ter acesso a uma ampla gama de opções de contracepção e prevenção do vírus.

As diretrizes

O anúncio foi feito após reunião do grupo de desenvolvimento de diretrizes, que avaliou todas as evidências sobre contracepção hormonal e o risco de infeção por HIV publicadas em 2016. O encontro também analisou o que foi confirmado sobre os DIUs e o risco de contaminação pelo vírus. Essas recomendações são válidas em nível global, mas têm maior influência na África Subsaariana, região que apresenta as taxas mais altas de transmissão do HIV do mundo. De acordo com a OMS, a área enfrenta ainda grandes desafios de fornecimento, das mais amplas opções de contraceptivos.

Cerca de um quarto das mulheres africanas com idades entre 15 e 49 anos desejam adiar ou impedir o nascimento de filhos, mas têm acesso limitado aos métodos modernos de contracepção. O estudo Evidence for Contraceptive Options and HIV Outcomes (Evidências para Opções Contraceptivas e Resultados do HIV, na tradução livre para o português) não apresenta diferenças estatisticamente significativas sobre a contaminação entre mulheres que usam um anticoncepcional como a injeção de acetato de medroxiprogesterona de depósito intramuscular, os DIUs de cobre ou o implante de levonorgestrel.

Serviços

A pesquisa, realizada na África do Sul e na Zâmbia, também revela haver altas taxas de infecção pelo HIV e por infecções sexualmente transmissíveis entre mulheres que procuram serviços contraceptivos. Os maiores índices são apresentados particularmente entre as mais jovens, independentemente de qual dos três métodos contraceptivos vem sendo usado por elas.