Dia Mundial das Doenças Tropicais Negligenciadas: A Urgência de Agir
No marco do Dia Mundial das Doenças Tropicais Negligenciadas (DTN), a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) pede esforços redobrados para eliminar estas doenças que afetam mais de 50 milhões de pessoas na Região das Américas.
Hanseníase, dengue, doença de Chagas, leishmaniose, raiva, escabiose, esquistossomose e tracoma fazem parte de um grupo de mais de 20 doenças que afetam principalmente populações vulneráveis, com acesso limitado à água= segura, saneamento básico e serviços de saúde.
“Abordar este grupo de doenças requer uma abordagem integral e multifacetada”, afirmou Jarbas Barbosa, diretor da OPS. Além disso, ressaltou a importância de implementar estratégias como a vigilância, a administração massiva de medicamentos, a ampliação da cobertura da vacinação, o controle de vetores e uma maior conscientização e educação.
Historicamente, essas doenças tiveram uma presença limitada na agenda de saúde pública mundial, recebendo escassa atenção e financiamento.
No entanto, nos últimos anos, ganharam maior visibilidade, graças a diferentes estratégias como a Iniciativa da OPAS para a Eliminação de Doenças, que busca eliminar mais de 30 doenças transmissíveis e condições relacionadas para 2030, incluindo 12 DTNs.
Até dezembro de 2024, 54 países no mundo já haviam eliminado pelo menos uma doença tropical negligenciada. Nas Américas, 11 países alcançaram pelo menos uma das metas de eliminação: em 2024, o Brasil eliminou a filariose linfática como problema de saúde pública; também se destaca a eliminação da oncocercose na Colômbia (2013), Equador (2014), Guatemala (2016) e México (2015). Em 2017, o México eliminou o tracoma como problema de saúde pública e, em 2019, foi o primeiro país do mundo a eliminar a raiva humana transmitida por cães. Isso reflete o impacto dos esforços conjuntos dos governos, das comunidades, da sociedade civil e dos organismos de cooperação.
O Dia Mundial das Doenças Tropicais Negligenciadas é comemorado em 30 de janeiro. O lema deste ano, “Vamos envolver as comunidades. As doenças negligenciadas em primeira pessoa”, ressalta a importância de dar voz e fortalecer as capacidades das comunidades e garantir que as pessoas estejam no centro das ações, respeitando seus modos de vida para garantir a sustentabilidade dos esforços.