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Publicado em: 28/11/2017

Pesquisa constata que, no Brasil, 54,6% das pessoas com idade entre 16 a 25 anos têm HPV

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Um estudo preliminar divulgado nesta segunda, 27/11, pelo Ministério da Saúde, aponta que 38,4% dos casos são de alto risco para desenvolvimento de câncer e que 16,1% das pessoas testadas têm IST prévia, HIV ou sífilis.

Dados preliminares de pesquisa realizada pelo Ministério da Saúde nas 26 capitais e no Distrito Federal alertam para o alto índice de HPV entre jovens. Das mais de 7,5 mil pessoas participantes da pesquisa, 2.669 realizaram teste de HPV. Destas, 54,6% apresentaram resultado positivo e 38,4% apresentaram HPV de alto risco para o desenvolvimento de câncer.

O estudo indica ainda que 16,1% dos jovens têm uma Infecção Sexualmente Transmissível (IST) prévia ou apresentaram resultado positivo no teste rápido para HIV ou sífilis. Os dados finais deste projeto serão disponibilizados no relatório a ser apresentado ao Ministério da Saúde em abril de 2018.

Comportamentos de risco

Os dados preliminares do estudo também mostram índices elevados de comportamento sexual de risco. Somente metade das pessoas entrevistadas afirmou usar camisinha rotineiramente nas relações sexual e apenas 41,1% fizeram uso na última relação. O comportamento sexual de risco foi observado em 83,4% dos entrevistados, sendo que a média de parceiros sexuais no último ano foi de 2,2 e a média de parceiros nos últimos 5 anos de 7,5.

A maioria dos indivíduos referiu estar em uma relação afetiva estável, sendo que 41,9% estavam namorando e 33,1% casados (ou morando com o parceiro); o restante estava sem relacionamento, sendo solteiro (24,2%) ou divorciado (0,7%). A média de idade de início da atividade sexual foi de 15,3 anos, sendo 15,4 anos para mulheres e 15,0 anos para homens.

Entre as mulheres, 47,7% já engravidaram, sendo que dessas, 63,4% tiveram um filho e 35,4% tiveram 2 ou mais. A idade média para a primeira gestação foi de 17,1 anos.

Maioria de mulheres e pessoas negras

A população do estudo foi composta por 5.812 mulheres e 1.774 homens, sendo a média de idade de 20,6 anos. A maioria das entrevistas era composta de indivíduos que se autodeclararam pardos (56,6%), seguido de brancos (23,9%) e pretos (16,7%). Apenas 111 indivíduos se autodeclararam amarelos (1,7%) e 74 indígenas (1,2%). Essa distribuição é a mesma observada pelo último censo brasileiro onde os grupos raciais pardo e branco representaram a maioria da população dessa mesma faixa etária.

Em relação à escolaridade, 37,9% dos jovens referiram estar estudando; 28,3 % interromperam os estudos e 33,8% concluíram os estudos. A população que compôs o POP-Brasil foi, majoritariamente, da classe C (55,6%) ou D-E (26,6%), seguida da classe B (15,8%) e somente 112 indivíduos foram incluídos na classe A (2,0%).

A pesquisa POP-Brasil foi realizada em 119 Unidades Básicas de Saúde e um Centro de Testagem e Aconselhamento nas 26 capitais brasileiras e Distrito Federal, contando com a colaboração de mais de 250 profissionais de saúde. O Estudo identificou os fatores demográficos, socioeconômicos, comportamentais e regionais associados à ocorrência do HPV em mulheres e homens entre 16 e 25 anos de idade, usuários do SUS nas 27 capitais brasileiras.

Atendimento adequado à fase do ciclo de vida

Em 2017, o Fundo de População das Nações Unidas (Unfpa) intensificou a atuação junto aos governos para que as unidades de saúde ofereçam atendimento adequado à fase do ciclo de vida de jovens e adolescentes. Passo importante foi dado em Brasília no último dia 9, quando o Unfpa lançou a iniciativa “Chega Mais – Selo de Qualidade de Serviços para Adolescentes”. O selo é resultado de parceria firmada entre o Fundo, a Secretaria de Estado de Saúde do Distrito Federal (SES-DF) e Secretaria de Estado de Políticas para Crianças, Adolescentes e Juventude do Distrito Federal (SECriança-DF).

O selo será uma certificação concedida pelo Unfpa a serviços públicos em saúde adequados a essa fase do ciclo de vida. Será concedido a partir de critérios de qualidade para o atendimento de adolescentes, com acompanhamento e aprimoramento contínuos. Os critérios envolvem desde acesso livre de discriminação até a integração em diferentes frentes de atendimento, a educação permanente de profissionais e a participação social.

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