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Publicado em: 23/08/2019

Conferência no Uruguai debate futuro do trabalho na América Latina e Caribe

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Rafaela de Oliveira

A Organização Internacional do Trabalho (OIT) e o Centro Interamericano para o Desenvolvimento do Conhecimento na Formação Profissional (CINTERFOR) promoveram uma conferência sobre os desafios para o futuro do trabalho na região da América Latina e Caribe, no início do mês de agosto em Montevidéu, no Uruguai. O evento debateu a necessidade de promover a transformação e a inovação na formação de talento humano na região, com o objetivo de responder aos desafios presentes e futuros do mundo do trabalho. 

Segundo o diretor da OIT/CINTEFOR, Enrique Deibe, a reunião deu enfoque à adaptação dos processos de formação profissional às novas necessidades do mercado de trabalho. A 44ª Reunião da Comissão Técnica da OIT/CINTERFOR contou com a participação das principais instituições de formação profissional da América Latina e Caribe. Mais de 200 representantes de 50 instituições de 20 países coversaram sobre trocas de experiências e identificação de oportunidades de colaboração.

“Nunca antes a formação profissional ocupou um lugar tão proeminente”, disse Deibe. Ainda de acordo com o diretor, a formação profissional tornou-se uma peça-chave tanto para enfrentar os desafios futuros, como para resolver questões estruturais presentes nos mercados de trabalho. Um relatório elaborado pela organização para a reunião destacou que, embora exista uma vasta experiência em matéria de formação profissional na região, novos desafios relacionados ao futuro do trabalho tornam imperativo que “a mudança e a inovação sejam consideradas entre os mandatos mais importantes da região”

Os novos desafios

Um desses desafios é abordar a “lacuna de habilidades” existente na América Latina e Caribe, que se manifesta não apenas pelos desajustes atuais entre oferta e demanda no mercado de trabalho, mas também pela “pronta desatualização das competências” como resultado das rápidas transformações verificadas no mundo do trabalho. Isso incluiria a necessidade de apoiar a existência de qualificações mais apropriadas para responder aos desafios do futuro do trabalho e a requalificação de trabalhadores e trabalhadoras, que permitam manter a inserção das pessoas nos mercados de trabalho por meio de iniciativas de aprendizagem permanente e de educação ao longo da vida.

“Nos tempos atuais, as instituições de formação profissional são desafiadas, não apenas a responder rápida e efetivamente às demandas existentes, mas também a ter mecanismos para antecipar demandas” de recursos humanos, disse Deibe. Ele também destacou que será necessário agir de forma rápida para fazer frente a um futuro que demandará capacidades de treinamento para atender a “muitos empregos que ainda não existem”.

Na América Latina e no Caribe, existem cerca de 10,1 mil centros de formação profissional. Embora o número seja relevante, as instituições responsáveis enfrentam o desafio de melhorar a cobertura, para chegar a locais de difícil acesso, diversificar a oferta e melhorar a qualidade do conhecimento transmitido. Ao mesmo tempo, as instituições de formação profissional devem desempenhar um papel de liderança para abordar desafios como o de promover maior equidade nos mercados de trabalho e de maior igualdade de gênero, abordar o desafio do aumento da imigração e melhorar as oportunidades dos jovens para o ingresso no mercado de trabalho.

“É importante considerar o talento humano como um fim e, ao mesmo tempo, como meio de promover o desenvolvimento na América Latina e no Caribe”, acrescentou Enrique Deibe. "Um componente essencial da formação profissional é o diálogo social, que faz parte dos esquemas de governança das instituições, e o desenho de políticas de treinamento que “atendam aos critérios de qualidade, relevância, equidade e sustentabilidade”, conclui o representante da OIT/CINTERFOR.

Clique para ler o relatório do diretor da OIT/CINTERFOR (em espanhol).

Fotos/Ilustrações: 

OIT e UNICEF