OMS atualiza recomendações no tratamento de tuberculose para crianças e adolescentes
A Organização Mundial da Saúde, OMS, marca o Dia Mundial de Combate à Tuberculose pedindo por investimentos e esforços contra a doença e anunciando novas recomendações para o gerenciamento da infecção entre crianças e adolescentes.
Com o aumento de casos pela primeira vez em décadas, a OMS afirma que em 2020, os dados apontavam que 63% dos menores de 15 anos infectados pela bactéria não foram atendidos ou não tiveram acesso a serviços de diagnóstico e tratamento.
Efeito em crianças e adolescentes
Entre crianças de até 5 anos, a proporção sobe para 72%. Além da falta de cuidados, quase dois terços desse grupo não receberam tratamento preventivo e permanecem em risco de doença.
A OMS afirma que a Covid-19 teve um impacto ainda mais negativo e desproporcional em crianças e adolescentes com tuberculose ou em risco. O motivo foi o aumento da transmissão da doença somada à baixa procura de cuidados e acesso a serviços de saúde.
Assim, no Dia Mundial de Combate à Tuberculose, a agência faz um apelo para que os países retomem o acesso aos serviços e investimentos para a doença que foram interrompidos durante a pandemia de Covid-19 para todas as pessoas, especialmente crianças e adolescentes.
Os gastos globais em diagnóstico, tratamento e prevenção da tuberculose em 2020 foram menos da metade da meta global de US$ 13 bilhões anuais até 2022. Para pesquisa e desenvolvimento, são necessários US$ 1,1 bilhão extras por ano.
O diretor-geral da OMS, Tedros Ghebreyesus, afirmou que investimentos urgentes são necessários para “desenvolver e expandir o acesso aos serviços e ferramentas inovadoras para prevenir, detectar e tratar a tuberculose”.
Recomendações
A diretora do programa global de tuberculose da OMS explicou que crianças e adolescentes com a doença estão atrasados em relação aos adultos no acesso à prevenção e cuidados.
Tereza Kasaeva adicionou que as novas diretrizes são um “divisor de águas” para crianças e adolescentes, ajudando no diagnóstico e permitindo que os cuidados comecem mais cedo. Assim, os resultados são melhores e a transmissão é minimizada.
Para ela, a prioridade deve ser a expansão rápida da implementação em todos os países para “salvar vidas e evitar o sofrimento dos jovens”.
Entre as novas recomendações, está a expansão de testes de diagnóstico para incluir amostras não invasivas. Segundo a OMS, a análise molecular rápida é aconselhada como teste inicial para o diagnóstico em crianças e adolescentes.
A OMS também divulgou que dois dos mais novos medicamentos para tuberculose para tratar tipos resistente a medicamentos são agora indicados para uso em crianças de todas as idades.
Também são recomendados novos modelos de atenção descentralizada e integrada à tuberculose, que permitirão que mais crianças e adolescentes tenham acesso à assistência ou tratamento preventivo, mais próximo de onde vivem.
Doença
De acordo com a OMS, a tuberculose continua sendo uma das doenças infecciosas mais mortais do mundo.
Todos os dias, mais de 4,1 mil pessoas morrem em decorrência da bactéria e cerca de 30 mil pessoas adoecem. A agência lembra que a tuberculose é evitável e curável.