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Publicado em: 10/03/2016

OMS: Vírus zika afeta tecidos nos cérebros de fetos e de humanos, apontam novas evidências

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ONU

A diretora-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS) apresentou em Genebra as conclusões da reunião realizada esta terça-feira (8) pelo Comitê de Emergência sobre o zika e condições associadas ao vírus.

Margaret Chan foi clara: mais pesquisas foram realizadas desde 1º de fevereiro e, agora, é possível concluir que o vírus afeta tecidos no cérebro e também o tronco cerebral de fetos.

Chan confirmou que o zika foi detectado no líquido amniótico e “evidências mostram que o vírus pode atravessar a placenta e infectar o feto”. Segundo ela, desde que o Comitê de Emergência foi criado, várias pesquisas reforçaram a “associação entre a infecção de zika e a ocorrência de malformação congênita e de desordens neurológicas”.

A chefe da OMS explica que a distribuição geográfica do vírus está se ampliando e o grupo de risco é cada vez maior. Além da picada do mosquito, outro meio de transmissão são as relações sexuais.

Margaret Chan declarou também que “relatos e investigações de vários países sugerem fortemente que a transmissão sexual de zika é mais comum do que se pensava”.

A transmissão local foi confirmada em 31 países da América Latina e Caribe, mas todas as regiões do mundo reportaram “casos importados” de zika. Ela acredita que mais casos serão registrados.

O vírus também já foi detectado no sangue, no tecido cerebral e no fluído cérebro espinhal de fetos após abortos (naturais ou não) ou em natimortos. A chefe da OMS afirma: a “microcefalia é apenas uma das várias anormalidades associadas à infecção de zika durante a gravidez”.

Brasil é o país mais afetado

Outros casos incluem morte do feto, insuficiência placentária, retardo no crescimento do feto e danos ao sistema nervoso central. Até agora, apenas Brasil e Polinésia Francesa documentaram casos de microcefalia, mas a Colômbia está sob forte vigilância.

O aumento dos pacientes com a Síndrome de Guillain-Barré foi registrado em nove países, sendo que em vários casos houve a confirmação da presença do zika. Muitos pacientes precisam ficar na UTI até 51 dias.

A Síndrome foi detectada em crianças e adolescentes, mas é mais comum em adultos, especialmente homens. A diretora da OMS reconhece que todas as informações são “alarmantes”.

Ela entende a preocupação das grávidas que vivem nos países afetados ou que têm viagem programada para essas nações.

Segundo Chan, os especialistas do Comitê de Emergência acreditam que “fortes ações de saúde pública não devem esperar uma prova científica definitiva sobre a associação entre zika e desordens neurológicas”. Por isso, o Comitê de Emergência “recomenda à gravidas não viajarem à áreas afetadas pelo surto de zika”.

No caso de mulheres com parceiros vivendo ou viajando para esses países, a recomendação é para o uso de preservativos ou até mesmo “a abstenção de relações sexuais durante a gravidez”. Ao público em geral, não é necessário evitar viagens a países com zika ou comércio com essas nações.

Acesse a tradução em português do comunicado oficial da OMS clicando aqui ou nos links relacionados abaixo.

Fotos/Ilustrações: 

OMS