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Publicado em: 08/04/2019

Pacto Global e Agência da ONU para Refugiados (ACNUR), com o apoio da ONU Mulheres, lançam a plataforma Empresas com Refugiados no Brasil

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Rafaela de Oliveira

O Pacto Global e a Agência da ONU para Refugiados (ACNUR), com o apoio da ONU Mulheres, lançaram a plataforma Empresas com Refugiados, no último dia três de abril, em São Paulo. A iniciativa visa, principalmente, a valorização de práticas que beneficiem a empregabilidade de pessoas refugiadas por empresas brasileiras. Este espaço apresenta práticas corporativas que possibilitam a integração dessas pessoas no país, assim como informações gerais, materiais de referência, pesquisas relevantes e orientação sobre o processo de contratação.

Os casos destacados neste início de plataforma impactaram 1,5 mil refugiados com novas contratações, estímulo ao empreendedorismo, educação, sensibilização e engajamento. “Queremos que a plataforma inspire mais empresas a contratar refugiados. Quando um empresário vê outras organizações já atuantes nesta frente e percebe os benefícios diretos para o negócio, é estimulado a fazer o mesmo. Acreditamos que os bons exemplos podem gerar transformação social”, diz Carlo Pereira, secretário-executivo da Rede Brasil do Pacto Global.

“Pessoas refugiadas são forçadas a deixar tudo para trás, mas não vem de mãos vazias”, afirma o Representante do ACNUR no Brasil, Jose Egas. “Trazem consigo contribuições culturais, sociais e econômicas. Muitos têm formação profissional e experiências acadêmicas e laborais que, se aproveitadas, podem em muito contribuir com o país de acolhida. Integrá-las traz benefícios a todos os envolvidos: a sociedade que os acolhe, o setor privado e as próprias pessoas refugiadas na sua trajetória para a autossuficiência e capacidade de geração de sua própria renda", finaliza Jose sobre os pontos positivos do acolhimento dessas pessoas.

As práticas destacadas na plataforma são avaliadas e aprovadas por um Comitê Gestor, que considera a relevância e alguns critérios, tais como: ter ocorrido nos últimos 12 meses, ser de uma empresa (privada, pública ou sociedade de economia mista), de uma fundação, instituto empresarial ou de uma associação empresarial e possuir um planejamento de médio e longo prazo (não podem ser ações pontuais) relacionado à estratégia da organização. Elas devem abordar histórias sobre empregabilidade, estímulo ao empreendedorismo, capacitação ou promoção de campanhas externas e internas para sensibilizar os diversos públicos sobre o tema do refúgio no Brasil.

No evento, ocorreu, ainda, a finalização da terceira etapa do programa Empoderando Refugiadas, que qualifica profissionalmente mulheres refugiadas no Brasil para que consigam um emprego e mobiliza empresas para a contratação. Nessas três edições, foram beneficiadas 130 mulheres da Colômbia, Síria, Moçambique, República Democrática do Congo e Venezuela. Esta última, começou em julho do ano passado e contou com 50 participantes venezuelanas, sírias, angolanas e congolesas. As atividades incluíram sessões de coaching, mentoria, oficinas de empregabilidade com os responsáveis pelo recrutamento e capacitações sobre empreendedorismo, educação financeira, leis trabalhistas, canais de denúncia e como se portar em entrevistas de trabalho.

Refugiados no Brasil

De acordo com os dados do Comitê Nacional para Refugiados (CONARE) do Ministério da Justiça, até o final de ano passado, o Brasil já havia reconhecido 10.522 refugiados provenientes de 105 países, tais como Síria, República Democrática do Congo, Colômbia, Palestina e Paquistão. O reconhecimento como refugiado é fundamentado por situações de fundado temor, perseguição relacionada a raça, religião, nacionalidade, pertencimento a determinado grupo social ou opinião política. Desses, pouco mais de 5 mil continuam com registro ativo no país, sendo que 52% moram em São Paulo, 17% no Rio de Janeiro e 8% no Paraná. Atualmente, a população síria representa 35% da população refugiada com registro ativo no Brasil.

Ajude um refugiado, doe aqui. Acesse a plataforma digital das Empresas com Refugiados. 

Fotos/Ilustrações: 

A refugiada congolesa Prudence apresenta às participantes sua trajetória no país e como o projeto Empoderando Refugiadas contribuiu para ampliar seus conhecimentos e rede de contato. Foto: FellipeAbreu