Plataforma da Opas leva monitoramento de saúde de doenças crônicas a populações remotas
A Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) desenvolveu uma plataforma digital para levar serviços de telessaúde a populações remotas em países da América Latina e do Caribe, tornando a telemedicina o “novo normal” para profissionais de saúde e pacientes com doenças crônicas.
Com base na tecnologia Open-Source, a plataforma All-in-ONE Telehealth da Opas foi desenvolvida em 2022 graças à contribuição financeira do governo dos Estados Unidos e foi inicialmente testada em Trinidad e Tobago.
“O objetivo da plataforma é melhorar o atendimento e o acompanhamento dos pacientes, com ênfase na continuidade do atendimento às pessoas com doenças não transmissíveis (DCNT)”, disse Sebastian Garcia Saiso, diretor do Departamento de Evidências e Inteligência para Ação em Saúde da Opas.
As DCNT são a principal causa de morte e incapacidade no mundo, respondendo por 71% de todas as mortes globalmente. Na Região das Américas, 5,5 milhões de mortes são causadas por DNTs, que incluem câncer, doenças cardiovasculares, diabetes e doenças pulmonares crônicas. Por serem crônicas, requerem cuidados contínuos. A piora das condições, se não for controlada, pode ter um grande impacto sobre os indivíduos e suas famílias.
A plataforma pode auxiliar pacientes diabéticos ou hipertensos no gerenciamento e monitoramento de sua doença. Também permite que os profissionais de saúde em pontos remotos criem uma “triagem avançada” para encaminhar os pacientes antes que eles façam as viagens necessárias a um centro de saúde.
“O posto de saúde onde sou atendido me ligou para tirar dúvidas. Como estou me sentindo? Preciso de remédio? Quando estiver pronta, eles têm uma receita em meu arquivo e não há necessidade de ir ao centro de saúde, minha receita será enviada para mim”, disse Sue Ann Peters, uma paciente de telessaúde que gerencia uma condição crônica em Trinidad e Tobago .
“A instalação da plataforma de telessaúde nos principais pontos de referência mudará a vida de pacientes que antes não tinham acesso ao monitoramento de saúde quando mais precisavam”, disse Marcelo D'Agostino, Assessor Sênior de Sistemas de Informação e Saúde Digital da Opas.
A formação de técnicos e profissionais de saúde, incluindo exercícios de simulação e role-playing, é também uma componente chave da plataforma. Isso permite que as autoridades ofereçam aos profissionais de saúde diversas estratégias de aprendizado e julguem melhor quando usar telemedicina ou atendimento híbrido, com o paciente recebendo uma combinação de telessaúde e atenção pessoal em uma clínica ou hospital local.
A plataforma integra aplicativos como mensagens instantâneas, bots de conversação (chatbots), prontuários de pacientes e prescrições digitais. Ele também pode enviar um alerta quando os resultados do teste de um paciente estiverem fora da faixa normal.
“A plataforma All-in-One é um componente vital da transformação digital em saúde em nossa região, não apenas na prevenção e controle das principais DNTs e seus fatores de risco, mas também na melhoria da qualidade de vida de pacientes com doenças crônicas”, disse Garcia Saiso .
O objetivo da Opas em aumentar o acesso universal à saúde é disponibilizar a plataforma como um bem público, para que todos os países da região possam se beneficiar dela.
“Desde a pandemia de Covid-19, tanto os pacientes quanto os profissionais de saúde estão mais ansiosos para aproveitar os benefícios da telemedicina”, explicou Erica Wheeler, representante da OPAS em Trinidad e Tobago.
Este ano, o lançamento da plataforma All-in-One está planejado para as Bahamas, El Salvador, Honduras, Peru, Suriname, Dominica, Uruguai, Panamá e Nicarágua.