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Publicado em: 21/05/2025

Webinário ‘Emergências climáticas e seus impactos na saúde global e nos sistemas nacionais de saúde’: porque precisamos falar sobre isso?

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As emergências climáticas – ondas de calor extremo, inundações, secas e tempestades – são causadas principalmente pelo aumento da concentração de gases de efeito estufa, especialmente o dióxido de carbono (CO2), na atmosfera e têm impactos significativos na saúde humana.  Esses desastres naturais cada vez mais frequentes, efeitos do desmatamento, da queima de combustíveis fósseis e de outras atividades humanas, trazem consigo mortes, lesões físicas de várias intensidades e estresse psicológico para as populações, além de agravar problemas de saúde dos grupos mais vulneráveis, sobrecarregando direta e indiretamente os sistemas de saúde. Nesse sentido, estabelecer políticas para a redução do aquecimento global e buscar formas de fortalecer e preparar os sistemas nacionais de saúde para as novas demandas é urgente e fundamental.

Para discutir esse problema a Rede de Escolas Técnicas da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (RETS-CPLP) está organizando o webinário internacional “Emergências climáticas e seus impactos na saúde global e nos sistemas nacionais de saúde”, que contará como convidados os pesquisadores Alexandre Pessoa Dias, da Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio (EPSJV/Fiocruz) - Brasil e Tatiana Marrufo, do Instituto Nacional de Saúde (INS/MISAU), de Moçambique. O evento ocorrerá, no dia 2 de junho, em Lisboa, durante a 5ª Reunião Ordinária da Rede e será transmitido, em português, pelo canal da Videosaúde Distribuidora da Fiocruz no YouTube. Quem não puder acompanhar ao vivo, participando dos debates, poderá assistir à gravação do evento posteriormente, pelo mesmo link.

Os principais impactos que as emergências climáticas causam à saúde das populações

Segundo o MInistério da Saúde do Brasil, alguns exemplos significativos dos impactos que as emergências climáticas causam à saúde das populações e que resultam em grande aumento de demanda para os sistemas são:

  • Doenças relacionadas ao calor: número de casos de desidratação, insolação e agravamento de doenças cardiovasculares.

  • Doenças respiratórias: a poluição do ar, exacerbada por eventos climáticos como incêndios florestais, pode agravar condições respiratórias como asma e bronquite.

  • Doenças transmitidas por vetores: mudanças climáticas podem expandir as áreas de distribuição de vetores como mosquitos, aumentando a incidência de doenças como chikungunya, dengue, zika e malária.

  • Segurança alimentar e nutricional: secas e inundações podem afetar a produção agrícola, levando a escassez de alimentos e má nutrição.

  • Transtornos de saúde mental: a exposição às mudanças climáticas, sejam os eventos extremos ou as alterações graduais, pode expor ou exacerbar sofrimentos mentais e psicossociais.

Iniquidades e vulnerabilidades ampliam os problemas

A questão é ainda mais grave quando consideramos as iniquidades do acesso à saúde e as vulnerabilidades dos diferentes grupos populacionais. As populações mais vulneráveis – crianças, idosos, gestantes, pessoas com deficiência e pessoas com doenças crônicas –  bem como as populações vulnerabilizadas – comunidades de baixa renda, populações racializadas (negros, indígenas, povos e comunidades tradicionais), periféricas, migrantes, mulheres, dentre outras – são afetadas e sofrem mais os impactos das mudanças climáticas. Um outro grupo que requer atenção é o dos trabalhadores expostos, ou seja, aqueles que trabalham em ambiente externo, em áreas urbanas ou rurais, também estão mais expostas às ondas de calor e eventos extremos se não houver ações de proteção e segurança, principalmente para vínculos de trabalho precários.

As mudanças climáticas tendem a exacerbar as desigualdades existentes, uma vez que  as populações mais vulneráveis ou vulnerabilizadas têm menos recursos para se adaptar e responder a esses eventos.

Sobre nossos convidados

Alexandre Pessoa Dias: Professor-pesquisador brasileiro da Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio da Fiocruz. Mestre em Engenharia Ambiental e Doutor em Medicina Tropical, atua como professor permanente do Programa de Pós-Graduação em Educação Profissional em Saúde da EPSJV/Fiocruz. Coordena o Grupo de Trabalho Águas & Saneamento da Vice-Presidência de Ambiente, Atenção e Promoção da Saúde da Fiocruz, além de liderar o Grupo Temático Saúde e Ambiente da Abrasco.

Tatiana Marrufo: Médica moçambicana, coordenadora do Programa de Saúde e Ambiente, incluindo Saúde do Trabalhador. Com 16 anos de experiência no Serviço Nacional de Saúde e no Sistema Nacional de Investigação, lidera o sub-grupo temático de Resiliência e Adaptação do Grupo de Emergências de Saúde Pública do Ministério da Saúde de Moçambique. É mestre em Saúde Pública com foco em Saúde Ambiental e doutoranda em Ecologia e Saúde Ambiental.

Serviço:

Webinário Internacional  “Emergências climáticas e seus impactos na saúde global e nos sistemas nacionais de saúde”
Data: 2 de junho de 2025
Horários:

  • Portugal, Angola e Guiné Equatorial – 9h30
  • Brasil – 5h30
  • Cabo Verde – 7h30
  • São Tomé e Príncipe e Guiné-Bissau – 8h30
  • Moçambique – 10h30
  • Timor-Leste – 17h30

Link para a transmissão: https://youtube.com/live/FbW5wlUsNdk?feature=share