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Declaração da Diretora da Opas no 138º Conselho Executivo da OMS sobre o Vírus Zika nas Américas

Atualizado: 28/06/2022
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Declaração de Carissa Etienne, Diretora da Opas.
Genebra, Suíça
28 de janeiro de 2016.

Agradeço a oportunidade de me dirigir aos nossos Estados Membros da OMS.

Como Diretora da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) e Diretora do Escritório da OMS das Américas, de todo o coração dou as boas vindas ao anúncio da Diretora Geral que está convocando uma reunião do Comitê de Emergência sobre o Zika vírus e o aumento observado nas microcefalias e nos distúrbios neurológicos em neonatais, que possam estar relacionados.

Esta reunião irá marcar uma etapa vital em nossos esforços para impedir a propagação do Zika e as condições que podem ser associadas a esta doença na região das Américas e além.

Olhando para além desta reunião, gostaria de dar uma rápida olhada em maio do ano passado, quando o Brasil teve seus primeiros casos da doença do vírus Zika, sob o Regulamento Sanitário Internacional (RSI).

Eu parabenizo o Brasil e todos os outros 21 países das Américas pela sua notificação imediata nos termos do RSI. Esta é a chave.

A Opas é uma região com uma longa experiência na luta contra as doenças transmitidas por mosquitos, incluindo a dengue e a chikungunya.

Desde maio de 2015, emitimos alertas epidemiológicos mensais aconselhando países que têm casos de Zika sobre o que fazer e também como monitorar e se preparar para a sua eventual chegada. Por meio de reuniões semanais com os pontos focais nacionais para o RSI, mantivemos todos os países informados a respeito da evolução da situação.

Temos trabalhado com os Estados Membros para mobilizar a participação da comunidade, particularmente em torno do controle: na implantação de campanhas de limpeza, promovendo o uso de inseticidas e o uso de roupas de proteção.

O Brasil relatou pela primeira vez uma onda de microcefalia em outubro de 2015 e rapidamente reuniu um grupo de especialistas que trabalharam dia e noite para produzir recomendações para ajudar os países a melhorar a vigilância e monitoramento.

Muitas perguntas permanecem sem resposta sobre a ligação entre a doença do Zika vírus, a microcefalia e a síndrome de Guillain-Barré.

Com isso, a Opas reuniu especialistas do Brasil e da comunidade internacional, incluindo colegas da sede (OMS), para melhorar a nossa compreensão epidemiológica.

Reconhecemos o importante papel dos meios de comunicação para manter o público informado. Temos trabalhado durante vários meses com a mídia nas Américas.

Antes de encerrar, devo dizer que sou muito grata aos parceiros como o CDC dos Estados Unidos, o Instituto Pasteur, Fiocruz e outros por responder tão rapidamente ao nosso chamado - sob a proteção do Global Outbreak Alert and Response Network (Goarn).

Ao longo dos últimos oito meses, temos trabalhado como uma só OMS e esperamos continuar esta abordagem integrada para enfrentar o desafio do Zika.

À medida que a doença se espalha para outras regiões, esperamos aprofundar a cooperação e partilhar as nossas experiências.

Devemos todos trabalhar juntos para impedir a propagação desta doença potencialmente debilitante. Embora ainda trabalhemos para estabelecer a causa da Zika, não podemos tolerar a possibilidade de que mais bebês nasçam com defeitos neurológicos e outras malformações e mais pessoas enfrentem a ameaça de paralisia devido à síndrome de Guillain-Barré.

Carissa F. Etienne
Diretora da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) e Diretora do Escritório Regional da OMS das Américas