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Publicado em: 26/07/2016

Opas/OMS participa de acolhimento de profissionais do Programa Mais Médicos

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Opas/OMS

O Representante da Organização Pan-Americana da Saúde/Organização Mundial da Saúde (Opas/OMS) no Brasil, Joaquín Molina, participou nesta sexta-feira (22) do acolhimento dos profissionais do Programa Mais Médicos. Entre eles estavam os cubanos, que atuam no país graças a uma cooperação internacional entre os governos do Brasil e de Cuba, triangulada pela Opas/OMS.

Molina disse aos profissionais cubanos e demais presentes na cerimônia que o programa é o maior projeto da Opas/OMS nas Américas. “Quando começou o projeto de cooperação, um dos medos era a adaptação dos médicos à nova realidade de trabalho que encontrariam no país, dificuldades com idioma, idiossincrasia, cultura, principalmente em áreas como as indígenas. Mas vocês conseguiram derrubar esse mito. E os médicos cubanos ganharam rapidamente o apoio da população”, afirmou.

A assessora técnica do Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems) Márcia Pinheiro também elogiou a iniciativa. “Eu acho que, apenas reiterando as palavras do doutor Molina, a importância e sucesso deste programa hoje para o Brasil e os municípios é inegável”.

De acordo com o ministro da Saúde do Brasil, Ricardo Barros, o programa tem garantido um atendimento de qualidade na atenção básica (setor onde os profissionais do Mais Médicos atuam), que é fundamental para a prevenção e promoção da saúde. “O Mais médicos é um grande sucesso, de grande aprovação popular. Quase metade dos municípios do país só tem médicos do Mais Médicos”, disse.

O secretário de Saúde do Distrito Federal, Humberto Fonseca, representando o Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass), também destacou a importância do setor. “Hoje a atenção primária tem sido uma prioridade do Estado brasileiro em todos os níveis de governo. O Programa Mais Médicos tem sido muito importante para levar saúde aos pontos mais distantes do nosso território, para as áreas mais vulneráveis, onde a população mais precisa”.

Os profissionais cubanos presentes no evento fazem parte de um grupo de mais de mil médicos que devem chegar ao Brasil até o fim de agosto. Eles cumprirão as etapas necessárias para providenciar a documentação e, em seguida, serão enviados aos municípios selecionados pelo Ministério da Saúde brasileiro para substituir médicos que encerraram sua participação no programa.

Os médicos de Cuba que concluem as atividades entre agosto e outubro deste ano deverão ser substituídos a partir de novembro, depois dos Jogos Olímpicos e Paralímipicos Rio 2016 e as eleições municipais, para garantir que a população seja adequadamente assistida durante eventos que mobilizam uma grande quantidade de pessoas. Os que entrariam de férias também deverão adiar os dias de descanso para depois desse período.

Mais Médicos
O Mais Médicos foi criado em 2013 pelo Governo Federal brasileiro, com o objetivo de suprir a carência desses profissionais nos municípios do interior e nas periferias das grandes cidades. A Representação da Opas/OMS no Brasil colabora com a iniciativa intermediando a vinda de médicos de Cuba para atuar em unidades de saúde do país. Com o Mais Médicos, foi possível preencher 18.240 vagas em 4.058 municípios brasileiros e 34 Distritos Sanitários Especiais Indígenas. Dessas, 11.429 foram ocupadas pelos profissionais cubanos.

Conforme informações do Ministério da Saúde brasileiro, após a implementação do programa, 700 municípios localizados em áreas remotas do Brasil passaram a ter pela primeira vez na história médico residente para atendimento na atenção básica. Os médicos cubanos também estão entre os trabalhadores que atuam na prevenção e diagnóstico do vírus zika e no acompanhamento de crianças com microcefalia.

Além disso, uma pesquisa feita pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) em parceria com o Instituto de Pesquisas Sociais, Políticas e Econômicas (Ipespe) – com aproximadamente 14 mil entrevistas – apresentou avaliações positivas da população sobre o desempenho dos profissionais brasileiros e estrangeiros que integram a iniciativa.

Do total de entrevistados, 85% disseram que a qualidade do atendimento médico ficou melhor ou muito melhor após a chegada dos profissionais do programa. Além disso, 87% dos usuários apontaram que a atenção do profissional durante a consulta melhorou e 82% afirmaram que as consultas passaram a resolver melhor os seus problemas de saúde.