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Planejamento familiar/Contracepção

Atualizado: 28/06/2022
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OMS


Fatos principais

  • Estima-se que 225 milhões de mulheres em países em desenvolvimento gostariam de retardar ou parar de engravidar, mas não estão usando qualquer método contraceptivo.
  • Alguns métodos de planejamento familiar, tais como preservativos, ajudam a prevenir a transmissão do HIV e outras infecções sexualmente transmissíveis.
  • O planejamento familiar/contracepção reduz a necessidade de aborto, especialmente o aborto inseguro.
  • O planejamento familiar reforça os direitos das pessoas de determinar o número e espaçamento de tempo entre seus filhos.
  • Ao impedir a gravidez indesejada, o planejamento familiar/contracepção impede mortes de mães e crianças.

O planejamento familiar permite que as pessoas atinjam o seu número desejado de filhos e determinem o espaço de tempo entre as gestações. Ee é alcançado através do uso de métodos contraceptivos e do tratamento da infertilidade (esta ficha técnica foca na contracepção).

Benefícios do planeamento familiar/contracepção

A promoção do planeamento familiar - e a garantia do acesso a métodos contraceptivos preferidos para mulheres e casais - é essencial para garantir o bem-estar e a autonomia das mulheres, apoiando ao mesmo tempo a saúde e o desenvolvimento das comunidades.

Prevenir riscos de saúde relacionados à gravidez em mulheres

A capacidade da mulher de escolher se e quando engravidar tem um impacto direto sobre a sua saúde e bem-estar. O planejamento familiar permite o espaçamento de tempo entre as gravidezes e pode atrasar a gravidez em mulheres jovens com maior risco de problemas de saúde e morte por gravidez precoce. Ela impede gravidezes não desejadas, incluindo as de mulheres mais velhas que têm riscos maiores relacionados à gravidez. O planejamento familiar permite que as mulheres que desejam limitar o tamanho de suas famílias o façam. As evidências sugerem que as mulheres que têm mais de quatro filhos estão em maior risco de mortalidade materna.

Ao reduzir as taxas de gravidez indesejada, o planejamento familiar também reduz a necessidade de aborto inseguro.

Redução da mortalidade infantil

O planejamento familiar pode impedir gravidezes inoportunas e partos com um curto período de tempo entre eles, que contribuem para algumas das mais altas taxas de mortalidade infantil do mundo. Filhos de mães que morrem ao dar à luz também têm um maior risco de morte e problemas de saúde.

Ajudando a prevenir o HIV/AIDS

O planejamento familiar reduz o risco de gravidezes não desejadas entre as mulheres que vivem com o HIV, resultando em menos bebês infectados e órfãos. Além disso, preservativos masculinos e femininos fornecem dupla proteção contra a gravidez indesejada e contra as DSTs, incluindo o HIV.

Capacitar as pessoas e melhorar a educação

O planejamento familiar permite que as pessoas façam escolhas informadas sobre a sua saúde sexual e reprodutiva. O planejamento familiar representa uma oportunidade para as mulheres de prosseguir seus estudos adicionais e participar na vida pública, incluindo trabalho remunerado em organizações não-familiares. Além disso, ter famílias menores permite que os pais invistam mais em cada criança. Crianças com menos irmãos tendem a permanecer mais tempo na escola do que aqueles com muitos irmãos.

Reduzir a gravidez na adolescência

Adolescentes grávidas são mais propensas a ter bebês prematuros ou de baixo peso ao nascer. Os recém-nascidos de adolescentes têm maiores taxas de mortalidade neonatal. Muitas meninas que engravidam têm de deixar a escola e isto tem implicações de longo prazo para elas como indivíduos, para suas famílias e suas comunidades.

Crescimento demográfico lento

O planejamento familiar é a chave para a desaceleração do crescimento insustentável da população e dos impactos negativos resultantes sobre a economia, o ambiente e os esforços nacionais e regionais de desenvolvimento.

Quem fornece planejamento familiar/contraceptivos?

É importante que o planejamento familiar seja amplamente disponível e facilmente acessível através de parteiras e outros profissionais de saúde treinados para qualquer um que seja sexualmente ativo, incluindo adolescentes. Parteiras são treinadas para oferecer (quando autorizadas) métodos contraceptivos culturamente aceitáveis e disponíveis localmente. Outros profissionais de saúde treinados, como, por exemplo, os profissionais de saúde da comunidade, também fornecem alguns métodos de planejamento familiar, como pílulas e preservativos. Para métodos como a esterilização, as mulheres e os homens precisam ser encaminhado para um médico.

O uso de anticoncepcionais

O uso de anticoncepcionais aumentou em muitas partes do mundo, especialmente na Ásia e América Latina, mas continua a ser baixo na África sub-saariana. Mundialmente, o uso de anticoncepcionais modernos aumentou ligeiramente, passando de 54% em 1990 para 57,4% em 2014. Regionalmente, a proporção de mulheres entre 15 e 49 anos que relataram o uso de um método contraceptivo moderno aumentou minimamente ou estabilizou entre 2008 e 2014. Na África, a taxa passou de 23,6% para 27,6%; na Ásia, aumentou ligeiramente de 60,9% para 61,6%; na América Latina e no Caribe, houve um aumento de 66,7% para 67,0%.

O uso de contraceptivos pelos homens torna-se um subconjunto relativamente pequeno das taxas de prevalência acima. Os métodos contraceptivos modernos para homens estão limitados a preservativos masculinos e esterilização (vasectomia).

Necessidade mundial não atendida de contracepção

Estima-se que 225 milhões de mulheres em países em desenvolvimento gostariam de retardar ou parar de engravidar, mas não estão usando qualquer método de contracepção. As razões para isso incluem:

  • escolha limitada de métodos;
  • acesso limitado à contracepção, sobretudo entre os jovens, os segmentos mais pobres da população ou pessoas solteiras;
  • medo ou experiência de efeitos colaterais;
  • oposição cultural ou religiosa;
  • má qualidade dos serviços disponíveis;
  • erros de princípio dos usuários e provedores;
  • as barreiras de gênero.

A necessidade não atendida de contracepção continua a ser muito elevada. Essa desigualdade é alimentada tanto por uma população crescente, quanto por uma escassez de serviços de planejamento familiar. Na África, 23,2% das mulheres em idade reprodutiva têm uma necessidade não atendida de contracepção moderna. Na Ásia, na América Latina e no Caribe (regiões com alta prevalência de contraceptivos) os níveis de necessidades não satisfeitas são de 10,9% e 10,4%, respectivamente (World Contraceptive Reports 2013, Departamento de Assuntos Econômicos e Sociais das Nações Unidas).

A resposta da OMS
A OMS está trabalhando para promover o planeamento familiar através da produção de diretrizes baseadas em evidências de segurança e serviço de entrega de métodos contraceptivos, desenvolvendo padrões de qualidade e prestação de pré-qualificação dos produtos anticoncepcionais, assim como ajudar os países a introduzir, adaptar e implementar essas ferramentas para atender às suas necessidades. A OMS também está desenvolvendo novos métodos para expandir as opções de anticoncepcionais para homens e mulheres.