Perfil de competências para formação em Citotecnologia
Resenha / Resumo:
O Grupo de Interesse Especial (SIG) Citotecnologia (CT) do GT Telemedicina da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) tem como missão promover e incrementar a interação entre instituições e grupos de interesse na área da citotecnologia. Com esse propósito fomenta a elaboração coletiva de estratégias para o desenvolvimento da educação profissional e propostas de regulamentação do exercício profissional em citotecnologia nestes países, promovendo também a troca de experiências académico-científicas e debates de âmbito profissional.
Vemos como necessário este Grupo dada a heterogeneidade da formação e educação em citotecnologia nestes países que partilham uma língua e história comum, quer em termos de qualificações académicas quer de métodos de ensino e reconhecimento da profissão, o que torna imperioso desenvolver sinergias de modo a atender a uma mudança de paradigma nos programas de rastreio cervical e necessidades futuras em diagnósticos citopatológicos.
Este documento é uma proposta conjunta do SIG-CT do GT Telemedicina da CPLP sobre as competências que devem ser detidas pelos profissionais de saúde que exercem a atividade na área da citotecnologia.
Competência resulta da conjugação do conhecimento (knowledge) com habilidade (skills) e atitudes1-2. Deve-se distinguir habilidade (skill), que é a capacidade de aplicar o conhecimento e usar expertise para completar tarefas ou resolver problemas, de competência, que se refere à capacidade comprovada para uso de conhecimento e habilidades pessoais, sociais e metodológicas no desenvolvimento pessoal e profissional.
Assim, competência pode ser entendida como a combinação de conhecimento e experiência. O termo competências profissionais é utilizado para referir as competências que os estudantes devem adquirir, para além
do conhecimento técnico requerido (technichal competencies). Ao passo que as competências técnicas garantem a aquisição de conhecimentos na área, as competências profissionais são transversais a uma grande variedade de áreas.
É objetivo deste documento definir competências que permitam a orientação de entidades formadoras na elaboração e atualização de um programa de educação básica e/ou avançada dirigida à área de conhecimento da citotecnologia. São apresentadas competências gerais (A), competências técnicas (B) e competências específicas (C). As competências técnicas são definidas por área de atividade (citologia ginecológica, citologia esfoliativa não ginecológica e citologia aspirativa), podendo os citotécnicos exercerem atividade em todas ou apenas em alguma destas valências.
Foram utilizadas várias referências internacionais para a elaboração deste documento, sendo as principais o Competency profile for diagnostic cytology, da autoria da Canadian Society for Medical Laboratory Science3 e as Recommendations of the European Advisory Committee of Cytotechnology and European Federation of Cytology Societies for Training and Education of Cytotechnologists in Europe.
As competências aqui definidas devem ser vistas como competências a deter no final da formação e não devem ser assumidas como adquiridas por todos os citotécnicos dos países da CPLP. Como já foi referido, a eterogeneidade existente relativamente ao exercício profissional e formação não permite definir qual autonomia ou grau de diferenciação deste grupo profissional como um todo. Com a definição das competências estamos a preparar uma uniformidade futura, esperando que as Escolas e outras entidades formadoras olhem para este documento como uma orientação válida, transversal à CPLP, no delineamento dos seus currículos
formativos destinados à área da citotecnologia.