Você está aqui

Publicado em: 18/10/2016

OMS adverte sobre o insuficiente financiamento global contra a tuberculose

imprimirimprimir 
  • Facebook
Isags

Os governos concordaram no objetivo de acabar com a epidemia de tuberculose (TB) na Assembleia Mundial da Saúde e na Assembleia Geral das Nações Unidas no contexto dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável. Eles incluem a redução em um 90% em mortes por TB e redução em 80% dos casos em 2030 em comparação com 2015.

“Estamos diante de uma batalha difícil para alcançar os objetivos globais sobre tuberculose” disse Dr. Margaret Chan, Diretora General da OMS. “Se não desenvolvemos um esforço a escala massiva, os países vão continuar correndo detrais daquela epidemia mortal e esses objetivos ambiciosos vão ficar em nada”.

O Informe Global sobre Tuberculose 2016 destaca às desigualdades consideráveis entre os países para garantir o acesso de pessoas com TB aos tratamentos e diagnósticos existentes que podem acelerar a diminuição do TB no mundo.

O informe também fala da necessidade de um compromisso político valente e de maior financiamento.

Maior carga global em termos de doença e morte

Enquanto os esforços para responder à TB já salvaram mais de 3 milhões de vidas em 2015, o informe mostra que a carga da TB é atualmente maior do que era esperado, refletindo novos dados de vigilância e pesquisa na Índia.

Em 2015 foram ao redor de 10.4 milhões os novos casos de TB no mundo. Seis países concentraram o 60% das novas cargas, com a Índia liderando a lista, seguida da Indonésia, China, Nigéria, Paquistão e África do Sul.

Acha-se que uns 1.8 milhões de pessoas morreram por causa da TB em 2015, dos quais 0.4 milhões estavam também infetas com AIDS. Mesmo que as mortes globais entre 2000 e 2015 tenham baixado um 22%, essa doença esteve entre as 10 maiores causas de morte no mundo em 2015, matando mais pessoas do que o AIDS ou a malária.

Fechando lagunas críticas em financiamento em TB

Para tratamento e prevenção de TB, os investimentos em países de ingressos médios e baixos caíram quase uns US$ 2 bilhões frente aos US$ 8.3 bilhões necessários em 2016. Essa lacuna vai chegar aos US$ 6 bilhões em 2020 se os níveis atuais de financiamento continuam desse jeito.

Mesmo assim, o 84% do financiamento disponível em países de baixos e medianos ingressos em 2016 foi a través de recursos domésticos, mas maioritariamente em países do BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul). Outros países de ingressos médios e baixos continuam dependendo seriamente do financiamento e das doações internacionais, com mais de 75% proveniente do Global Fund to Fight AIDS, TB and Malária.

Ademais, a OMS estima que será necessário pelo menos US$ 1 bilhão extra anualmente para acelerar o desenvolvimento de novas vacinas, diagnósticos e medicinas.

“Os recursos investidos contra a TB, a líder mundial em mortes infeciosas, estão ficando insuficientes”, disse Dr. Ariel Pablos-Méndez, Administrador Assistente para a Saúde Global da US Agency for International Development (USAID) – a principal financiadora bilateral em resposta contra a TB. “Todo mundo têm um papel para desenvolver para fechar essa lacuna. Como mostra o informe, necessitamos cobertura universal em saúde, mecanismos de proteção social e financiamento público em saúde nos países mais necessitados. O desenvolvimento da adequada assistência comunitária necessita de maiores investimentos ou simplesmente não vamos conseguir acabar com uma das doenças mais antigas e mortíferas do mundo”.

Fotos/Ilustrações: 

OMS