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Publicado em: 25/08/2020

OMS: parceria entre países pode gerar 2 bilhões de doses de vacina contra Covid-19

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A Organização Mundial da Saúde, OMS, afirmou que a competição global por vacinas contra o novo coronavírus pode levar ao encarecimento da imunização. Segundo a agência, este problema pode ser resolvido com a cooperação de todos os países numa plataforma para acesso universal.  

Fabricantes

Falando a jornalistas em Genebra, o diretor-geral da agência, Tedros Ghebreyesus, afirmou que a cooperação “é do interesse de todos os países, mesmo daqueles que investiram em fabricantes de forma independente.”   

Na semana passada, o chefe da OMS enviou uma carta a todos os Estados-membros pedindo que se juntassem ao departamento do Acelerador Act dedicado a vacinas, chamado Covax.   

Nesse momento, 172 países estão em conversações para participar na iniciativa, que tem o maior e mais diversificado portfólio de vacinas do mundo, incluindo nove candidatas e outras nove em processo de avaliação. O Covax também está em discussões com mais quatro produtores.   

Organização

Até o momento, 80 nações com capacidade de autofinanciamento mostraram interesse em aderir. Dos 43 que aceitaram divulgar seu nome, encontram-se Brasil e Portugal. 

A iniciativa deve apoiar depois a vacinação em 92 economias de baixa e média rendas. A lista foi aprovada em junho e inclui Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique e São Tomé e Príncipe. 

Segundo Tedros Ghebreyesus, este mecanismo é fundamental para garantir que, quando for encontrada uma vacina segura e eficaz, todos os países tenham acesso, de uma forma coordenada. 

Se isso não acontecer, o chefe da OMS diz que pode ter lugar “uma pandemia prolongada, já que apenas um pequeno número de países obteria a maior parte do suprimento.” Segundo ele, “o nacionalismo de vacinas apenas ajuda o vírus.” 

Investimento

Governos, fabricantes de vacinas, organizações e indivíduos já investiram US$ 1,4 bilhão pesquisa sobre vacinas, mas são necessários mais US$ 1 bilhão urgentemente. O mundo já investiu US$ 12 trilhões para estimular suas economias, mas Tedros disse que “investir no Covax é a maneira mais rápida de acabar com esta pandemia e garantir uma recuperação econômica sustentável.” 

Fases

Tedros Ghebreyesus explicou depois como as vacinas serão distribuídas. 

Segundo ele, inicialmente, quando existir um fornecimento limitado, “é importante fornecer a vacina para aqueles que correm maior risco em todo o mundo.” Isso inclui os profissionais de saúde, porque estão na linha de frente e são essenciais para salvar vidas e estabilizar o sistema de saúde em geral. Também integra pessoas com mais de 65 anos e aquelas com doenças que as colocam em maior risco. 

À medida que a oferta aumenta, a distribuição será expandida com base em uma avaliação da vulnerabilidade de cada país. 

Nesse momento, várias vacinas estão na fase final de testes. A OMS espera “ter várias candidatas bem-sucedidas que sejam seguras e eficazes.” O objetivo é distribuir pelo menos 2 bilhões de doses até o final de 2021.  

Informação

Enquanto esse recurso não está disponível, a OMS continua a informar sobre as ferramentas disponíveis.  Para Tedros, “comunicar desafios e soluções foi e continuará a ser a chave para acabar com esta pandemia.” 

Até o momento, mais de 4 milhões de pessoas se inscreveram nos cursos de treinamento da agência. A OMS também fechou uma parceria com a Federação Mundial de Jornalistas de Ciência para ajudar a comunicar os novos desenvolvimentos sobre a pandemia. Mais de 9 mil jornalistas, de 162 países, também participaram em um curso online para jornalistas, que está disponível em várias línguas, incluindo português. 

Maiores de 12 anos

A OMS pediu ainda que crianças maiores de 12 anos usem máscaras faciais para ajudar a travar a propagação da pandemia do coronavírus. Os menores com idades entre seis e 11 anos devem cumprir a medida “em uma abordagem baseada no risco”.

A agência aconselha, em particular, que as crianças mais velhas usem máscaras quando a distância de um metro não poder ser garantida.

De acordo com as orientações publicadas pela OMS e o Fundo das Nações Unidas para a Infância, Unicef, em caso de crianças entre seis e 11 anos uma série de fatores devem ser avaliados, incluindo a intensidade da transmissão na área e a capacidade da criança de usar a máscara.

Fotos/Ilustrações: 

Unsplash