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Zika vírus

Atualizado: 28/06/2022
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OMS


Fatos principais

  • A doença do vírus da Zika é causada por um vírus transmitido principalmente pelo mosquito Aedes.
  • As pessoas com a doença da Zika pode ter sintomas como febre baixa, erupções cutâneas, conjuntivite, dores musculares e nas articulações, mal-estar ou dor de cabeça. Estes sintomas normalmente duram de 2 a 7 dias.
  • Actualmente, não existe qualquer tratamento específico nem vacina.
  • A melhor forma de prevenção é a protecção contra a picada do mosquito.
  • Sabe-se que o vírus circula em África, nas Américas, na Ásia e no Pacífico.
  • Não há consenso científico de que o vírus Zika é uma causa de microcefalia e da Síndrome de Guillain-Barré. Relações com outras complicações neurológicas também estão sendo investigadas.

Introdução

O vírus Zika é um vírus recente, transmitido por mosquitos, que foi identificado em macacos pela primeira vez em Uganda, em 1947, através de uma rede que monitorava a febre amarela. Posteriormente, foi identificado em seres humanos, em 1952, no Uganda e na República Unida da Tanzânia. Têm-se registado surtos da doença do vírus Zika em África, nas Américas, na Ásia e no Pacífico. A partir dos anos 1960 a 1980, as infecções humanas foram encontradas em toda a África e Ásia, tipicamente acompanhada por doença leve. O primeiro grande surto de doença causada pela infecção por Zika foi relatada a partir da ilha de Yap (Micronésia) em 2007. Em julho de 2015, o Brasil informou uma associação entre a infecção pelo vírus da Zika e a Síndrome de Guillain-Barré. Em outubro de 2015, o Brasil informou uma associação entre a infecção pelo vírus Zika e a microcefalia.

  • Gênero: Flavivírus
  • Vetor: mosquitos Aedes (que picam, normalmente, durante a manhã e ao fim da tarde)
  • Reservatório: desconhecido

Leia o relatório atualizado sobre a situação da Zika

Sinais e sintomas

O período de incubação (o tempo de exposição aos sintomas) do vírus da Zika não é claro, mas é provável que seja de alguns dias. Os sintomas são semelhantes aos de outras infecções de arbovírus como a dengue e incluem febre, erupções na pele, conjuntivite, dores musculares e nas articulações, mal-estar e dor de cabeça. Estes sintomas são geralmente ligeiros e duram 2 a 7 dias.

Durante grandes surtos na Polinésia Francesa e no Brasil, respectivamente em 2013 e 2015, as autoridades sanitárias nacionais comunicaram potenciais complicações neurológicas e auto-imunes da doença do vírus Zika. Recentemente, no Brasil, as autoridades sanitárias locais observaram um aumento das infecções pelo vírus Zika no público em geral, assim como um aumento nos bebés nascidos com microcefalia no nordeste do Brasil. Aa agências que investigam os surtos de Zika estão a encontrar um conjunto de evidências cada vez maior sobre a ligação entre o vírus Zika e a microcefalia. No entanto, é necessário fazer mais investigação antes de compreendermos a relação entre a microcefalia em bebés e o vírus Zika. Outras potenciais causas estão igualmente a ser investigadas.

Complicações da doença da Zika

Depois de uma revisão abrangente das provas, não há consenso científico de que o vírus da Zika é uma causa de microcefalia e da síndrome de Guillain-Barré. Os esforços intensos continuam a investigar a ligação entre o vírus Zika e uma variedade de distúrbios neurológicos, dentro de um quadro de investigação rigorosa.

Perguntas e respostas: Zika vírus e complicações

Transmissão

O Zika Vírus é transmitido principalmente para as pessoas através da picada de um mosquito infectado do gênero Aedes, principalmente o Aedes aegypti em regiões tropicais. Os mosquitos Aedes geralmente picam durante o dia, com um pico durante a manhã e final da tarde/noite. Este é o mesmo mosquito transmissor da dengue, chikungunya e febre amarela. A transmissão sexual do vírus da Zika também é possível. Outros modos de transmissão, como a transfusão de sangue estão sendo investigados.

Surtos da doença do vírus Zika foram notificados, pela primeira vez, no Pacífico, em 2007 e 2013 (respectivamente em Yap e Polinésia Francesa) e, em 2015, nas Américas (Brasil e Colômbia) e em África (Cabo Verde). Por outro lado, mais de 13 países nas Américas notificaram infecções esporádicas pelo vírus Zika, o que indica uma rápida expansão geográfica do vírus.

Diagnóstico

Pode haver suspeita da infecção pelo vírus da Zika com base nos sintomas e história recente de viagem. Um diagnóstico da infecção pelo vírus da Zika só pode ser confirmado através de testes de laboratório de sangue ou outros fluídos corporais, como urina, saliva ou no sêmen. O vírus é diagnosticado através de PCR (reacção em cadeia da polimerase) e do isolamento do vírus em amostras de sangue. O diagnóstico por serologia pode ser difícil porque o vírus pode ter uma reação cruzada com outros flavivírus, como o dengue, febre do Nilo Ocidental e febre amarela.

Testes de laboratório para a infecção pelo vírus Zika

Tratamento

A doença do vírus da Zika é geralmente leve e não requer tratamento específico. Pessoas doentes com Zika devem descansar bastante, beber muito líquido e tratar a dor e febre com medicamentos comuns. Se os sintomas piorarem, devem procurar assistência médica e aconselhamento. Atualmente, não há vacina disponível.

Prevenção

Picadas de mosquito

Os mosquitos e os seus locais de proliferação representam um significativo factor de risco para a infecção pelo vírus Zika. A prevenção e o controlo dependem da redução dos mosquitos através da redução das fontes (eliminação e modificação dos locais de proliferação) e da redução do contato entre os mosquitos e as pessoas.

A proteção contra picadas de mosquito é uma medida fundamental para prevenir a infecção pelo vírus da Zika. Isto pode ser feito através do uso de roupas (de preferência de cor clara) que cubram tanto do corpo quanto possível; a utilização de barreiras físicas, tais como telas nas janelas ou portas; de dormir sob mosquiteiros; e usar repelente contra insetos contendo DEET, IR3535 ou icaridina de acordo com as instruções no rótulo do produto. Especial atenção e ajuda deve ser dada para aqueles que podem não ser capazes de se proteger adequadamente, tais como crianças, doentes ou idosos. Os viajantes e aqueles que vivem em áreas afetadas devem tomar as precauções básicas descritas acima para se protegerem das picadas de mosquito.

É importante cobrir, esvaziar ou limpo potenciais criadouros do mosquito, como baldes, tambores, potes, calhas e pneus usados. As comunidades devem apoiar os esforços do governo local para reduzir os mosquitos em sua localidade. Durante os surtos, as autoridades sanitárias poderão aconselhar a usar a pulverização de insecticidas. Os insecticidas recomendados pelo Esquema de Avaliação de Pesticidas da OMS podem também ser usados como larvicidas, para tratar recipientes de água relativamente grandes.

Quadro de operações de controle de vetores do vírus da Zika (em inglês)

A transmissão sexual

A transmissão sexual do vírus da Zika tem sido documentada em vários países diferentes. Para reduzir o risco de transmissão sexual e complicações na gravidez potenciais relacionadas com a infecção pelo vírus, os parceiros sexuais das mulheres grávidas que vivem ou que retornam de áreas onde a transmissão local do vírus ocorre deve praticar sexo seguro (incluindo o uso de preservativos) ou abster-se de relações sexuais durante toda a gravidez.

As pessoas que vivem em áreas onde a transmissão local do vírus da Zika ocorre também devem praticar sexo seguro ou abster-se de atividade sexual. Além disso, as pessoas voltando de áreas onde a transmissão local do vírus Zika ocorre, devem adotar práticas sexuais mais seguras ou se abster de sexo durante pelo menos oito semanas após o seu regresso, mesmo que elas não tenham sintomas. Se os homens experimentarem sintomas do vírus da Zika, eles devem adotar práticas sexuais mais seguras ou considerar a abstinência por pelo menos seis meses. Aqueles que planejam uma gravidez devem esperar pelo menos oito semanas antes de tentar engravidar se não houver sintomas de infecção pelo vírus Zika, ou seis meses, se um ou ambos os membros do casal são sintomáticos.

Prevenção da transmissão sexual do vírus da Zika

A resposta da OMS

A OMS trabalha estreitamente com os países afetados nas Américas na investigação e resposta ao surto desde meados de 2015.

O Quadro de Respostas Estratégico e o Plano de Operações Conjuntas descrevem passos que a OMS está tomando com os parceiros para combater a Zika e potenciais complicações:

  • Reforço da vigilância;
  • Formação de capacidades dos laboratórios para detectar o vírus;
  • Trabalho com os países, para eliminar as populações de mosquitos;
  • Preparação de recomendações para cuidados clínicos e monitorização das pessoas com infecção pelo vírus Zika; e
  • Definição e apoio de áreas prioritárias de investigação da doença do vírus Zika e possíveis complicações.

Quadro de Resposta Estratégica da Zika