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Publicado em: 19/11/2021

25 anos da RETS - O futuro das redes no mundo globalizado: desafios comuns e soluções compartilhadas

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A Rede Internacional de Educação de Técnicos em Saúde (RETS), cuja Secretaria Executiva está sediada na Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio (EPSJV/Fiocruz), completou 25 anos de existência em agosto de 2021. O evento comemorativo acontecerá no dia 30 de novembro, das 14h às 16h (horário de Brasília), como parte do Ciclo de Oficinas ‘Desafios da formação de técnicos em saúde no contexto da pandemia’. 

O fechamento de um ciclo deve sempre ser motivo de celebração. Em se tratando de cooperação entre instituições voltadas à formação de técnicos em saúde, esse momento mostra a força do intercâmbio e representa a defesa e o compromisso com o fortalecimento dos sistemas nacionais de saúde. No entanto, mais do que comemorar um trabalho colaborativo ao longo de 25 anos, queremos olhar para o futuro, identificar os desafios dos novos contextos e as possibilidades de intervenção baseadas no trabalho em rede que se apresentam. Participe conosco!

Data: 30 de novembro de 2021
Horário: das 14h às 16h (hora de Brasília)
Local: Canal Youtube do VideoSaúde/Fiocruz

O futuro das redes no mundo globalizado: desafios comuns e soluções compartilhadas

Nesta quarta oficina, a última de 2021, buscaremos olhar para o trabalho em rede e refletir sobre sua importância em momentos tão dramáticos para a humanidade. Intitulada ‘O futuro das redes no mundo globalizado: desafios comuns e soluções compartilhadas’, a oficina parte da constatação de que, se por um lado, a pandemia de Covid-19 representou um problema comum a todos os países, favorecendo o trabalho cooperativo e em rede na busca de soluções, por outro, escancarou as históricas desigualdades estruturais na capacidade de estabelecer respostas rápidas e efetivas para seu controle. Se é válida a metáfora de que “estamos todos no mesmo mar”, também é certo de que os barcos não são os mesmos, nem possuem a mesma capacidade de vencer a tempestade.

Se no período pré-pandêmico o modelo de globalização ecoagressivo e excludente já acumulava um passivo ambiental e social sem precedentes, com a pandemia e a queda generalizada do Produto Interno Bruto das economias, recrudesce o discurso em defesa dos ajustes fiscais no orçamento público dos países, com impacto direto sobre o financiamento da saúde. No marco dos nacionalismos reemergentes, a falta de evidências científicas favoreceu a infodemia e os dispositivos de cooperação multilateral de organismos como a OPS/OMS têm uma fadiga material, uma vez que seu papel normatizador não estabelece decisões vinculantes para os países.

Por outro lado, a sobrevalorização do modelo biomédico na assistência aos pacientes em estado grave se deu em detrimento da valorização do papel estratégico da Atenção Primária em Saúde na redução da transmissão e no acompanhamento dos sintomáticos leves. A desarticulação da APS em função da prioridade dada à assistência hospitalar à Covid-19 também contribuiu para a descontinuidade no cuidado e o represamento de doenças crônicas não transmissíveis nos territórios.

Como contraponto a este cenário, um outro modelo de cooperação estruturante começa a se mostrar mais efetivo: por meio de uma construção de redes de conhecimento democráticas e participativas, instituições públicas, Centros Colaboradores e a sociedade civil trabalham na direção e concepção do bem público regional, subsidiando organismos multilaterais e influenciando políticas públicas de gestão da educação e do trabalho em saúde.

O objetivo desta quarta oficina, portanto, é colocar em discussão o futuro das redes no mundo pós-pandêmico, e especialmente, das redes de formação de técnicos em saúde. Em que medida o avanço da virtualidade pode favorecer a ampliação das relações interinstitucionais no contexto da cooperação internacional? Como lidar com o fenômeno da flutuação de membros nas redes? Como favorecer a emergência de novos protagonismos e uma perspectiva multipolar de contribuições à rede?

A oficina será apresentada por Carlos Eduardo Batistella, coordenador de Cooperação Internacional da EPSJV/Fiocruz. Na mesa de abertura, estarão presentes: Paulo Marchiori Buss, ex-presidente e atual coordenador do Centro de Relações Internacionais em Saúde da Fiocruz (Cris/Fiocruz); Manuel Clarote Lapão, diretor de Cooperação do Secretariado Executivo da CPLP; Pier Paolo Balladelli, diretor do Programa Subregional para América do Sul da Opas/OMS, e o embaixador Marcos Vinicius Pinta Gama, que está interinamente à frente da Secretaria Geral Ibero-Americana (Segib). O debate será mediado por Sebastián Tobar (Cris/Fiocruz) e reunirá Anamaria Corbo, diretora EPSJV/Fiocruz, e Felix Rigoli, que atualmente atua como consultor do Núcleo de Estudos sobre Bioética e Diplomacia em Saúde (Nethis) da Fiocruz Brasília.

Sobre o Ciclo de oficinas

Desde o início de 2020, com a interrupção das atividades presenciais para evitar a disseminação do vírus, as instituições formadoras passaram a viver o dilema de reinventar o cotidiano escolar num curto prazo de tempo e em condições completamente adversas para continuar a realizar sua missão junto aos estudantes e à sociedade.

Pensando nisso, a Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio (EPSJV/Fiocruz), como Centro Colaborador da Opas/OMS para a Educação de Técnicos de Saúde, em cooperação com a Rede Internacional de Educação de Técnicos em Saúde (RETS), a Rede Ibero-Americana de Educação de Técnicos em Saúde (RIETS) e a Rede de Escolas Técnicas de Saúde da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (RETS-CPLP), lançou o Ciclo de oficinas 'Desafios da formação de técnicos de saúde no contexto da pandemia’.

A primeira oficina, realizada no dia 6 de julho deste ano, abordou a questão das ‘Práticas profissionalizantes’; a segunda, realizada no dia 31 de agosto, colocou em foco o ‘Trabalho e formação docente’, a terceira oficina, realizada no dia 26 de outubro, trouxe para o debate os ‘Novos perfis e atribuições dos técnicos em saúde para o trabalho na Atenção Primária à Saúde’.
O propósito da iniciativa é gerar um espaço de intercâmbio, reflexão, aprendizado e formulação de propostas sobre as experiências concretas de como diferentes instituições formadoras enfrentaram esses desafios e alcançaram seus objetivos.

As oficinas estão sendo realizadas a cada 45 ou 60 dias, em português e espanhol, com duração de duas horas. A proposta é a apresentação, em cada oficina, de experiências realizadas por instituições que integram as Redes, a fim de permitir o debate e o intercâmbio entre os presentes. A partir dos temas abordados durante o debate, são definidos tópicos de interesse para as próximas oficinas.