Você está aqui

Publicado em: 09/06/2025

Em construção - 5ª Reunião Ordinária da RETS-CPLP: novo Plano de Trabalho traz mudanças que visam fortalecer o trabalho colaborativo

imprimirimprimir 
  • Facebook
Ana Beatriz de Noronha

“Eu queria destacar a importância dessa Reunião como um espaço de fortalecimento da cooperação internacional em saúde no âmbito da CPLP”, com essas palavras, o coordenador de Cooperação Internacional da Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio (EPSJV/Fiocruz) PSJV, Carlos Eduardo Colpo Batistella, deu início a 5ª Reunião Ordinária da RETS-CPLP, realizada nos dias 2 e 3 de junho de 2025, na Escola Superior de Tecnologia da Saúde de Lisboa do Instituto Politécnico de Lisboa (ESTeSL/IPL). Representantes de instituições da Rede que não puderam estar presentes, acompanharam a reunião de forma virtual por meio da ferramenta Zoom.

Após descrever os objetivos, temas e estrutura do encontro, houve uma breve rodada de apresentação dos 22 participantes presentes e daqueles que estavam acompanhando a reunião de forma remota. Ao final das apresentações, Batistella compôs a mesa de abertura do evento, chamando Manuel Clarote Lapão, diretor geral do Secretariado Executivo da CPLP, Amadeu Borges Ferro, presidente da ESTeSL; Anamaria D’Andrea Corbo, diretora da EPSJV; e Érika Kastrup, do Centro de Relações Internacionais em Saúde (Cris/Fiocruz).

Mesa de abertura destaca a importância politica e estratégica da RETS-CPLP

O anfitrião da Reunião, Amadeu Ferro, recém empossado na Presidência da ESTeSL, expressou sua satisfação em receber o evento e destacou que a rede representa uma verdadeira rede de força, centrada em questões práticas da saúde pública e com grande poder de intervenção. Ele, ressaltou o papel da RETS como braço estratégico da CPLP, em alinhamento com a Reunião de Ministros da Saúde da CPLP, reforçando seu valor como instrumento de aprendizagem e construção conjunta.

Comentou que o tema do seminário é essencial para a prática e para o aproveitamento das diretrizes da rede e da saúde pública. Enfatizou ainda duas propostas do plano de trabalho: o mestrado, como proposta viável que desenvolve competências alinhadas à missão da rede, com foco em populações carentes; e o SIG (Sistema de Informação Geográfica), como ferramenta de compartilhamento de necessidades e estratégias com impacto real nas ações da rede.

Encerrando sua fala, agradeceu à Ana Almeida, ponto focal da ESTeSL junto à RETS, por sua dedicação, preocupação e humanidade.

Manuel Lapão enfatizou que os tempos atuais exigem resiliência, cooperação renovada e uma visão estratégica do que se deseja construir como comunidade lusófona. Ressaltou a relevância da proposta de plano de trabalho da RETS-CPLP para o período de 2025 a 2028, destacando que este deve ser um instrumento político construído a partir das diferenças e semelhanças entre os países da comunidade, conferindo força e representatividade aos trabalhadores técnicos da saúde.
Segundo ele, essa proposta vai ao encontro dos princípios do PECS-CPLP (Plano Estratégico de Cooperação em Saúde da CPLP) e dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) das Nações Unidas. Destacou ainda a convergência dos objetivos da rede com as diretrizes da última Reunião de Ministros da Saúde da CPLP, realizada neste ano, que reconheceu que a capacitação dos trabalhadores da saúde é a transmissão concreta do compromisso com os direitos humanos, com os temas nacionais de saúde, com a resiliência, equidade e sustentabilidade.
Finalizou desejando que esta reunião seja um espaço de consolidação dos compromissos da rede e de fortalecimento do seu papel estratégico.
3. Érica Kastrup
Representando a Fiocruz, Érica Kastrup parabenizou os organizadores por garantirem a realização presencial da reunião, destacando que esse formato fortalece os vínculos e relações, contribuindo para a sustentabilidade da rede ao longo do tempo.
Mencionou o envolvimento da Fiocruz na construção e execução do PECS-CPLP, do qual é também Secretaria Técnica das três redes de educação nele contempladas: a RETS, a RESP e a RINSP. Reafirmou que, ao longo dos 16 anos do PECS-CPLP, a cooperação entre redes, instituições e países tem sido fundamental, especialmente num contexto em que a cooperação internacional se torna cada vez mais central para o enfrentamento dos desafios da saúde global e para o fortalecimento dos sistemas nacionais.
4. Anamaria Corbo
Anamaria Corbo iniciou sua fala parabenizando a escola anfitriã da reunião e a equipe organizadora pelo empenho na realização do encontro. Fez um breve resgate histórico da criação da RETS-CPLP, originalmente como sub-rede da RET em articulação com a RETS-Unasul. Com as transformações geopolíticas da região, a rede ampliou seu eixo de atuação para a Ibero-América, culminando na criação da RIETS.
Destacou que as redes surgem da necessidade de pensar coletivamente estratégias de fortalecimento do PECS-CPLP, capazes de orientar politicamente as decisões dos ministros da saúde com base nas necessidades expressas por cada dirigente e território.
Ressaltou a presença da reitora da Universidade de São Tomé e Príncipe, ex-aluna do curso promovido pela rede em 2010, como exemplo do impacto concreto da formação e cooperação técnica promovidas pela RETS.
Apontou os desafios compartilhados diante das emergências climáticas e sanitárias, problemas que não respeitam fronteiras, e reforçou a centralidade do foco da rede no trabalhador técnico, que compõe a base dos sistemas de saúde e está presente na atenção, na pesquisa e na operacionalização da saúde nos territórios.
Encerrou sua fala com um questionamento-chave:
“Diante das dificuldades, das emergências e da escassez de recursos, como podemos nos fortalecer frente a uma conjuntura que tantas vezes é desfavorável?”